Márcia Resende


“Porque a vida é tão fugaz, tão veloz, tão passageira. Importa é viver em paz, pois quando olhamos para trás lá se foi a vida inteira.” 

Hoje gostaria de refletir com vocês sobre o momento da doença em família, a reciprocidade e a boa vontade diante dessa situação. Um momento em que todos precisam estar envolvidos, contribuindo da melhor forma para o bem-estar do doente. 



Em alguns atendimentos tenho ouvido lamentações dos pais sobre o comportamento dos filhos, quando existe um doente em casa. Filhos adolescentes, jovens e até adultos, que vivem no mesmo ambiente como se nada estivesse acontecendo. São indiferentes à situação e não se envolvem na divisão das tarefas, em minimizar o trabalho ou somente acalentar a pessoa enferma. Continuam suas vidas, não se preocupam com o que está acontecendo na casa. Não procuram tomar conhecimento do quanto está sendo investido em esforço físico, mental e até mesmo financeiro. 

Muitos pais até tentam alertar, trazer o filho para a realidade, mostrar o que está se passando, mas a indiferença é tamanha que causa desânimo. E com isso vão crescendo indolentes e sem empatia. 

É aí que entra o ensinamento sobre reciprocidade e boa vontade. Duas qualidades que parecem que se complementam. Reciprocidade refere-se ao ato de dar e receber. Boa vontade tem a ver com vontade, entusiasmo, benevolência, zelo. As duas colocadas em prática fortalecem as relações, a empatia.



Como pais devemos, desde os três anos de idade dos nossos filhos, estimular essas duas qualidades. Eles precisam entender que da mesma forma que estamos sempre disponíveis, damos apoio e atenção, eles também podem fazer o mesmo. É preciso que eles entendam que é importante serem prestativos e ajudar, sempre de acordo com as possibilidades da idade e da fase da vida deles. 

Nas relações familiares é preciso que haja espaço para a reciprocidade. Os filhos precisam retribuir toda dedicação que recebem. Precisam partilhar de sentimentos que estimulem um convívio harmonioso. Eles precisam estar preparados para assumirem atitudes amáveis e respeitosas com as outras pessoas. Precisam adotar comportamentos sinceros, honestos, que demonstrem bondade, zelo e respeito com a situação. Precisam saber ouvir, ponderar e tomar atitudes que contribuam para a solução de problemas. Devemos alertá-los que a lei da reciprocidade deve ser completamente espontânea, sem segundas intenções, basta fazer o que estiver ao alcance.



Já a boa vontade tem a ver com estar comprometido com a família. Querer fazer parte, compartilhar momentos e situações, mesmo as mais difíceis. Por isso devemos conversar abertamente com eles, explicar o que está acontecendo, designar tarefas. Começamos com um tom amigável, sempre com diálogo, chamando para a construção de soluções. O que não podemos é desistir, deixar de lado. É nesse momento que entra o basta contundente, nós já conversamos sobre esse modo de agir. O aprendizado tem que acontecer, nós somos responsáveis por entregar a esse mundo pessoas melhores, mais colaborativas. 



Todos devem saber seu lugar e seu papel na família. A relação entre pais e filhos não é uma via de mão única. A família é uma comunidade baseada em trocas de afeto e ajuda. Na vida todos nós precisamos entender que ao fazermos a nossa parte, ao realizarmos pequenas boas ações em nosso dia a dia, receberemos coisas boas em nosso caminho. Tudo isso porque estamos pavimentando uma estrada repleta de paz, amor e harmonia e todas as coisas boas que possam existir estarão ao nosso alcance. 

É possível!


Márcia Resende

Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching. 

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