Márcia Resende


Olá, 

Hoje vamos refletir sobre mau humor e como podemos ajudar nossos filhos a serem adultos de convívio agradável. Muitos pais me questionam se os filhos não têm o direito de expressar irritação ou indignação, sobretudo diante de um pedido ou uma imposição que já foi combinada em família. Perguntam se mesmo após acatarem um pedido, não tem o direito de sair fazendo uma cara feia, resmungando ou murmurando um “que saco, tô tão cansado”, “logo hoje que dormi tão mal” ou ainda “tô de TPM”. Em muitos casos, acolher a indignação, o cansaço, o mau humor ou a má vontade é positivo, pois as manifestações são apenas um respiradouro saudável e necessário. O risco começa a existir se permitimos que se instale um mau humor exagerado e frequente. 



Crescer um adulto mal-humorado é desagradável para uma convivência sadia. Muitos adultos irritadiços justificam sua rabugice e rispidez pelo mau humor. E esse mau humor é terceirizado. Eu o sinto porque existe uma razão que me obriga a agir assim. Ao contrário de imputar a culpa a circunstâncias externas, deve-se reconhecer o próprio sentimento, para que o comportamento seja avaliado e, se for o caso, revisto. 



É na infância e adolescência que ensinamos nossos filhos que a irritação não é justificativa para agirmos de forma agressiva ou indiferente com alguém. Ao demonstrar desprezo, agir de forma ofensiva, ser irônico ou hostil, nossos filhos se habituam a um tipo de comportamento que, no futuro, pode se tornar padrão em todos os seus relacionamentos. Agindo assim com mau humor e descaso ele foge das responsabilidades e deixa de aprender a lidar com conflitos, desânimos e divergências sem agressividade, de forma harmônica. 

Se eles estão irritados, podem conversar, pedir ajuda. Vamos ouvi-los, tentar entender o porquê, podemos ajudá-los a aprender a lidar com o estresse, as dificuldades e a pressão do dia a dia. Se estiver com fome, que coma algo, se for sono, assim que puder durma, se tiver problemas, estamos abertos a conversar sobre como podemos ajudá-los a solucionar o problema. 

Mas não podemos permitir que eles se achem no direito de descarregar nos outros a sua irritação. Não queremos filhos submissos, sem opinião, que fazem cerimônia ou ficam constrangidos diante de algum evento. Eles podem, em momentos de indignação, mesmo bravos, de TPM ou cansados, resmungar ou até falar alto, mas manter o respeito é imprescindível. 



Desde pequenos, a partir dos quatro anos, nossos filhos podem treinar e aprender a identificar o motivo da irritação. Na adolescência, o mau humor é uma característica natural da fase, mas não podemos permitir que essa atitude alcance o desrespeito, a falta de educação ou o ataque. 

Devemos ajudá-los a reconhecer essa atitude. Eles devem saber expressá-la adequadamente, sem ferir, sem magoar ninguém e por fim controlá-la. Essa será uma grande lição de vida, que eles levarão para a fase adulta. 

É importante ensiná-los que, quando necessário, devem se recolher educadamente, até conseguir resolver o problema ou se acalmar. São pequenas lições de vida, com grandes aprendizados, que os tornarão adultos mais conscientes de si e mais respeitosos com os outros. 

Isso faz sentido para você?  Você tem enfrentado situações parecidas? 

Seguimos juntos em nossos aprendizados. 

É possível!


Márcia Resende

Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching. 

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