Márcia Resende


No diálogo em conexão, mesmo com boa vontade de pais e filhos, pode haver um impasse devido a conflitos de interesses ou de convicções. 

Somos pais educadores e dependendo do conflito apresentado, se fere os pressupostos de saúde e segurança, por exemplo, não há conversa. Temos uma missão grandiosa de proteger e cuidar da integridade dos nossos filhos. 

O certo é que não podemos desistir do diálogo na hora do impasse, nem tão pouco entrar em discussões intermináveis com o filho, exigindo dele o que não se consegue obter ou o que ele não quer nos dar. Essas atitudes servem apenas para que haja um desgaste na relação, confrontos sem fim, castigos ineficazes e, ao final, nossos filhos vão ficando imunes a todos esses recursos. Tornam-se cada vez mais rebeldes ou se fecham, isolando-se do convívio familiar. Muitos pais desistem do enfrentamento, param de dialogar.  

- Ah, deixa para lá, é só uma fase, vai passar. 



Quando não temos força ou condições práticas de enfrentar o problema, podemos conviver um pouco mais com o dilema, mas não podemos desistir. Já conversamos sobre desarmar os ânimos. É importante dar um tempo, nos fortalecermos, pedirmos ajuda. Não podemos deixar que a situação se arraste até que o tempo, a sorte ou amadurecimento tragam uma solução. 

Chamar os filhos para construir uma solução juntos é envolvê-los com a responsabilidade de seus atos e a tomada de decisão. Pode ser que eles ainda sejam imaturos e façam sugestões inviáveis ou até não consigam sugerir nada, muitas vezes adotando uma postura hostil ou apática. 

Se as sugestões forem inadequadas, manifestamos respeito, demonstramos que levamos a sério a opinião que ele está emitindo e o que ele pensa, podemos acatá-la e acrescentarmos mais algumas ideias. É interessante apresentarmos as ideias para complementação deles. 

É importante pensarmos juntos em como colocar em prática a solução apresentada. Vamos detalhar os passos, as datas e modo de como agir para que a solução apresentada seja respeitada e tenha sucesso. Se solução para o problema for uma mudança de atitude que já virou um hábito e precisa ser modificado, podemos, junto com eles, montar um pequeno projeto de mudança para a nova postura. Para o sucesso deste projeto, podemos acompanhá-los durante um tempo, reforçando e estimulando a mudança de atitude. 

E se o filho se mantiver em uma postura hostil? 

Se ele insistir em adotar uma postura hostil, podemos respeitosamente explicar porque a conduta dele não é aceitável e transferir a conversa para outra ocasião, esperando que os ânimos se arrefeçam. 

Se decidirmos que é necessário enfrentar a questão no momento, devemos explicar que entendemos as motivações dele, mas que nossa consciência de pais educadores, que precisam protegê-lo e prepará-lo para a vida não permite que nos omitamos e por isso tomaremos medidas que consideramos serem necessárias para que ele tenha atitudes mais seguras, éticas, mais saudáveis, empenhadas e respeitosas com ele próprio e com todos ao seu redor. A nossa atitude firme traz segurança e eles percebem isso. 



Nossos filhos estão aprendendo a lidar com sentimentos e emoções e a viver em harmonia. Podem discordar, terem opiniões próprias, mas tudo com respeito e cortesia na hora de se expressarem. 

Somos referência e condutor, temos valores em família que são os combinados que fazemos. E o maior aprendizado que eles podem ter é com o nosso exemplo e nossa postura que traz segurança e acolhimento. 

“Se você quer saber se está no caminho certo, escute seu coração e reflita: como a minha ação em relação ao problema está educando meu filho”? Mariana Lacerda 

Estou aqui para conversarmos, trocarmos experiências. Conte comigo! 

É possível! 



Márcia Resende

Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching. 

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