Márcia Resende
Olá,
Como tem sido a dinâmica de tarefas em sua casa?
Quem funciona ocasionalmente, quem funciona medianamente e quem superfunciona?
Vamos refletir um pouco sobre funcionamento otimizado.
O funcionamento otimizado refere-se à nossa capacidade de gerenciar a vida (tomar decisões, gerenciar o tempo, o estresse etc.), ser responsável pelas coisas com as quais estamos envolvidos e operar como seres autônomos. “Life Level”
Em casa, neste período de pandemia, temos inúmeras tarefas para serem realizadas e ainda aquelas que precisamos coordenar. Até certo ponto, nos parece normal o quanto nos dedicamos a tudo, afinal estamos com todo o tempo do mundo.
É nesse momento que precisamos estar atentos ao estresse ao qual estamos submetidos.
Quando estamos funcionando otimizados, cumprimos nossos horários, os compromissos familiares e aqueles do trabalho ou da escola.
No entanto, muitas pessoas não conseguem manter o equilíbrio no seu modo de funcionar e podem ir para os extremos ou de superfuncionar ou subfuncionar.
O superfuncionamento é ir além de suas responsabilidades, agir de modo centralizador, controlador e superprotetor. Quando estamos superfuncionando, nosso foco é no outro e não em nós mesmos. Apesar de ser bem-intencionado, impede o outro de aprender com os erros, de encontrar suas próprias soluções e de se desenvolverem plenamente como indivíduos autônomos, ao mesmo tempo que negligencia a si mesmo, acumulando estresse, insatisfação e frustração.
O subfuncionamento, ao contrário, é ter dificuldade para assumir responsabilidades, manter compromissos, cumprir prazos, resolver problemas, tomar decisões. Nesses casos, geralmente, as pessoas subfuncionais deixam tudo para outros realizarem, não têm iniciativa, têm dificuldade de assumir responsabilidades e não conseguem manter compromissos.
Como pais, temos a tendência de superfuncionar, sempre com a melhor das intenções. Queremos a casa organizada, a comida sempre na hora e quentinha, os filhos prontos no horário para as aulas online.
Acompanhamos as plataformas e ainda nossas tarefas profissionais.
Não podemos assumir todas as responsabilidades.
Podemos incluir nossos filhos em pequenas tarefas e incentivá-los a fazerem parte da organização familiar. Quando colaboram com as atividades domésticas, eles desenvolvem noções de respeito, autonomia e responsabilidade e passam a entender como funciona a dinâmica do lar, valorizando as atividades realizadas pelos pais. Além disso, eles se sentem mais próximos da família, tornando-se mais confiantes.
Vale lembrar que é importante que meninos e meninas aprendam e ajudem nas tarefas, sem distinção. O acompanhamento de um adulto responsável é indispensável. De acordo com cada idade, sentimos a necessidade de supervisionar mais ou menos as tarefas, mas é preciso que estejamos atentos e por perto. Precisamos ser pacientes e deixarmos o perfeccionismo de lado. Com o tempo, nossos filhos aprendem e desenvolvem maiores habilidades nas tarefas executadas.
Temos, neste momento de pandemia, a oportunidade de ensiná-los e acompanhá-los na execução das tarefas. Parece cansativo, mas não podemos abrir mão desta oportunidade.
Quando agimos assim, contribuímos para que nossos filhos sejam mais independentes, resilientes, colaborativos e altruístas.
O momento tem nos oferecido muitos desafios e a oportunidade de autoconhecimento e conhecimento de todos com quem convivemos.
Precisamos nos lembrar sempre de que nosso bem-estar reflete diretamente no bem-estar da nossa família.
Nosso afeto e dedicação proporcionarão uma diferença muito positiva na vida de nossos filhos, mas não podemos ficar sobrecarregados, estressados e infelizes.
Vamos conduzir este momento em família dando um passo de cada vez, mantendo um entusiasmo capaz de envolver nossos filhos em nossa vibração.
Nossa casa deve ser um laboratório, cheio de experiências e tentativas, um lugar bom para se viver. Vamos dar significado à rotina.
“Todo acontecimento é a vida pedindo uma resposta saudável.”
É possível!
Márcia Resende
Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching.
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