Por Evacira Coraspe
Uberaba marca grande posição no caminho do desenvolvimento em todos os setores. Elevada à condição de Aspirante a Geoparque – Terra de Gigantes, com o envio do dossiê para a Unesco, em Paris (França), a cidade ganha contornos na rota do turismo internacional. Projeto trabalhado há 10 anos por seus signatários: Prefeitura Municipal, Sebrae, UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro e ABCZ – Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, nasceu da tese de doutorado do professor Luiz Carlos Borges Ribeiro, sobre a potencialidade de Peirópolis, com os fósseis de dinossauros. O diferencial de Uberaba se estende à exclusividade de ter Chico Xavier, grande médium de amplo reconhecimento e à sede da ABCZ. Essa década é entendida como período de maturidade para conhecer como funciona o Geoparque no mundo. O protocolo de intenção foi assinado em 2017.
O QUE É GEOPARQUE?
O sentimento e pertencimento surgem quando geram identificação. Por isso, sempre é bom responder à pergunta: o que é Geoparque? De acordo com Marcius Marques Mendes, analista do Sebrae-MG, o Geoparque Uberaba é a representação de nossa identidade expressa e cunhada no patrimônio geológico, histórico e cultural, potencializada pelas vocações turísticas: terra dos dinossauros, terra de Chico Xavier e capital mundial do gado Zebu. Esse termo é atribuído pela Unesco a espaços delimitados e reconhecidos por sua importância cultural e científica, aliada a uma estratégia de geoconservação, políticas de educação e sensibilização ambiental, além da promoção do desenvolvimento socioambiental sustentável. “A chancela da Unesco posicionará nosso território e nossa região no mapa dos destinos que são exemplos de gestão com foco no desenvolvimento sustentável, proporcionando uma maior geração de emprego, incremento da renda e inúmeras novas oportunidades”, pondera Marcius, que integra a governança do Geoparque – Terra de Gigantes.
O vice-reitor de extensão da UFTM, professor Fabrício Corradini, explica: “Não é um parque onde se visita e paga ingresso. Geoparque é uma unidade territorial com belezas exclusivas. Em Uberaba temos fósseis e ovos de dinossauros bem representados, contando parte da história do planeta. Isso causa relevância internacional. Em toda sua extensão, Uberaba compõe o Geoparque. Todos aqui já vivem no Geoparque”. Essa organização, segundo ele, “é pensada para todos. Para o empresário, o estudante, o visitante e os moradores. A proposta é bem recebida porque todos percebem o impacto positivo na vida das pessoas. Uberaba é fascinante em riqueza cultural”, afirma o vice-reitor, indicando que temos alguns pontos específicos de fácil acesso para as pessoas irem e enxergarem como, por exemplo, as igrejas São Domingos e Santa Rita, o prédio da Câmara Municipal, o Memorial Chico Xavier e muitos outros locais. A explicação continua quando separa o que é patrimônio geológico dos demais. “Contamos com muitas belezas naturais e quando se trata de fósseis, chamamos de geosítio. A palavra Geo de Geoparque não está necessariamente ligada à Geologia, mas significa da terra.”
DOSSIÊ
No final de 2022, representada pela vereadora Lu Fachinelli, a Câmara Municipal de Uberaba sediou o encontro para apresentação do Dossiê à população. Um exemplar foi entregue a cada instituição presente. Foram mais de 200 itens descritos e comprovados cientificamente, conforme exigência do protocolo da Unesco. Uma vez chancelado o território de Uberaba, a cidade ganhará muito na área socioeconômica, em mobilidade urbana, adequação da rede hoteleira, emprego e renda, sustentabilidade, cidadania, educação e cultura. A vereadora, também integrante da Mesa Diretora da Casa, destaca a grandeza dessa nova configuração para o progresso de Uberaba e coloca o Poder Legislativo como uma mão de obra potente para propor e aprovar medidas legais que impulsionem o Geoparque, além de ser uma voz a mais na propagação desse ideal. Está prevista para 2024, a visita da comissão internacional da Unesco e tudo indica que em 2025, o município receberá a sonhada chancela.
ROCOCÓ
Espetáculo Beneficente Marta Ennes
O show vai continuar! Assim pretende a pianista e agente cultural, Marta Ennes Brandão Cruvinel, com seu tradicional espetáculo beneficente de música e bailarinos, suspenso pelo período pandêmico. Ela lembra que em 1987, as cortinas se abriram pela primeira vez para esse sonho. Estavam no palco doze pianos e vinte quatro pianistas, no estilo clássico, regidos pelo maestro José Januário. Como tudo começou? “Eu assisti a um show do professor Alberto Frateschi e isso me motivou a começar o meu espetáculo, sempre com o apoio da família, especialmente do meu irmão Henri Brandão (falecido no final de 2022)”. Seu irmão foi parceiro na produção, concepção das ideias e também como dançarino. O Espetáculo Marta Ennes é realizado, sobretudo, com o patrocínio da iniciativa privada e colaboração das escolas de dança. A renda é revertida para as casas assistenciais de Uberaba. Existe possibilidade de 2023 marcar o retorno desse grande show musical.
Folia de Reis – Cultura Religiosa
Em 6 de janeiro comemora-se o Dia de Santos Reis. Uberaba tem forte tradição nesses festejos, que começam em dezembro e percorrem a cidade por vários meses. A Folia de Reis faz sentido para a nossa cultura, especificamente, dentro da religiosidade popular, rememorando a jornada dos reis magos, a partir do momento em que recebem o aviso do nascimento do Messias, até quando encontram o Deus-Menino, em Belém. A origem da Folia de Reis está associada a uma tradição cristã, vinda de Portugal e Espanha e trazida ao Brasil pelos portugueses, no período colonial, explica a professora e historiadora Maria Aparecida Manzan, mestre em História e Cultura. A data é celebrada pela Igreja Católica como forma de comemorar a visita dos três reis magos ao Menino Jesus. Chamados de Gaspar, Melchior (ou Belchior) e Baltazar, os reis teriam avistado no céu a estrela de Belém e, então, foram ao encontro de Jesus levando incenso, ouro e mirra para presenteá-lo. Acredita-se que Uberaba conta com cerca de cem Companhias (folias) em circulação. Cida Manzan esclarece que, nas comemorações são cantadas e tocadas músicas que relembram a visita dos três reis magos ao Menino Jesus, com o uso de instrumentos como viola, acordeão, reco-reco, violão, tambor, pandeiro, caixa e bumbo. “Alguns capitães relacionam as cores dos enfeites com as cores das capas dos reis que estão na guia. O rei Belchior usa o verde, Gaspar o vermelho e Baltazar o amarelo. “Já o branco é a paz” – diz o capitão Eurípedes Morais. Mas para outros capitães, como João Batista Marcelino, “o branco é a cor de Nossa Senhora”. O canto nas Folias de Reis representa a passagem bíblica - Natividade. E em cada casa, o canto pode variar de acordo com a situação vista pelo Capitão, que pode improvisar em determinados momentos. Os tipos de hinos são: “de cortejo”, “de porta”, “de presépio”, “de pedida” e “de agradecimento e despedida”. Desde 2017, as Folias de Reis de Uberaba são registradas como Patrimônio Imaterial, por serem formadas por grupos de devotos do povo que criam suas toadas, com características rítmicas próprias, afirma a historiadora. As Folias de Reis são registradas também como Patrimônio Imaterial do Estado de Minas Gerais.
Dança
Primeira edição do festival Movimenta Triângulo, na cidade de Uberaba, no Centro Cultural Sesi. A escola de dança chama Estúdio Corpo e Movimento. Diretor artístico Gildo Alves. Florença Marinho Rodrigues, bailarina de 12 anos de idade, participou do solo e da coreografia em grupo “A Flor da Pele”. A equipe conquistou o segundo lugar.
Nova Mesa Diretora da Câmara
Gestão de pessoas e aproximação da comunidade com o Poder Legislativo são metas da atual Mesa Diretora da Câmara Municipal de Uberaba, presidida pelo vereador Fernando Mendes, para o biênio 2023/2024, os dois últimos anos da Legislatura. Empresário, o presidente eleito deseja estabelecer canal de comunicação direto com o público interno e externo. Ele diz ser fundamental que todos conheçam “in loco” as potencialidades legislativas, históricas e culturais da Casa, por meio de visitas individuais e agendadas para grupos. Inclusive, gravou vídeo no majestoso Salão Nobre, na parte superior do prédio, valorizando as pinturas parietais do espaço. Nesse sentido, já adotou medidas administrativas revigorando o projeto da criação do Museu da Nossa Gente, na sede da praça Rui Barbosa, centro da cidade, iniciado na administração da presidência do vereador Ismar Marão e com alguns avanços na linguagem museológica. Fernando Mendes também abre espaço para movimentos culturais fazerem exposições artísticas no Paço Municipal. Na sequência, concedeu entrevista para esta colunista, no Programa Movimento, TV Câmara, quando aborda suas características pessoais, ações humanitárias, religiosa e familiar.