por Dri Vieira


Para obter um armário funcional o primeiro passo é: desapegue-se! Os meus passos são intuitivos e por isso não sigo totalmente um manual, mas vou colocar aqui como tem sido o meu processo. 

Decidi novamente (de tempos em tempos faço isso) que era hora de redescobrir o meu guarda-roupa e reconstruir o meu próprio estilo, de forma consciente. Como engordei bastante, passei um bom tempo longe dele. Fiquei completamente absorta pelas tarefas e metas que a profissão traz e o meu armário ficou em segundo, terceiro, último plano (casa de ferreiro o espeto é de pau). 

Antes de meu conhecimento em consultoria de imagem, quando eu resolvia comprar alguma roupa, nem os meus mais de 30 anos de experiência em artes me fizeram evitar a aquisição de peças equivocadas. Nada mais irritante do que fazer uma compra errada, não é? Por isso alguns passos a seguir, são muito importantes neste processo. 

Uma das coisas mais maravilhosas que acontecem durante o processo de consultoria de imagem, com certeza é a conscientização sobre o seu estilo e a imagem que deseja passar, esse é o passo principal que você deve levar conta na hora da montagem do seu guarda-roupas funcional. Lembro que logo que terminei a minha primeira formação em consultoria de imagem tratei de “fazer um limpa”, eliminando tudo que achava inútil. Você precisava ver o tanto de roupas, calçados, acessórios e maquiagem que eliminei de uma vez só e, acredite, foi libertador! 

Desde então, procuro ter uma atitude consciente em relação a comprar e quem me conhece sabe que levo muito a sério a vibe “se não for pra usar até acabar, não compro”. É claro que algumas vezes quase deslizo, porém acredito que há três anos venho mantendo a linha. 

Penso que não é somente uma questão de economia, mas também é uma questão de sustentabilidade. Já parou pra pensar que todas as roupas têm um impacto no meio ambiente? A produção têxtil requer toneladas de água, geralmente utiliza tratamentos químicos nocivos e faz uso de muita energia. 

Independentemente da motivação para isso, esse tipo de detox requer paciência e disciplina. Quem nunca guardou por anos uma peça querida de roupa com a fatídica frase “um dia eu usarei”? 

Agora vamos botar a mão na massa, vou mostrar como eu tenho feito. 


Desapegue-se! 

Marie Kondo, especialista em organização e que vendeu milhares de livros sobre o assunto, diz que a primeira categoria que deve ser organizada são as roupas. 

Danuza Leão confessa em seu livro “É Tudo Tão Simples”, que esvaziar um armário de roupas é uma das coisas mais difíceis que existem. E ela aconselha: “não perca seu tempo guardando aquele vestido porque um dia vai emagrecer. Com o tempo, o corpo muda, passam-se os anos, e mesmo que ele tenha o mesmo peso, vai haver diferença.” Danuza continua: “também não adianta guardar um blazer ou camisa branca, pois os cortes mudam, os ombros mudam. Quando você quiser outro blazer ou vestido básico, vai e compra um novo.” 

Eu confesso que tive dificuldade em desapegar e é claro que eu já senti falta de algum item doado ou vendido, mas esse sentimento passou rápido. Por isso vou continuar desapegando. 

Sigo alguns critérios e analiso os seguintes itens: 


1.Visualize ou faça uma lista de tudo que tem: 

Já tentou tirar todas as roupas, calçados, acessórios do seu guarda-roupas? Já listou tudo que tem? Acredite, muitas vezes temos coisas inacreditáveis e em quantidades expressivas. Tente começar tirando tudo e separando por grupos: calças, blusas, vestidos, saias, shorts, inverno, verão. Após separar tudo, comece a selecionar somente as peças que realmente funcionam no seu dia a dia, independente se é para o trabalho ou para o lazer. 


2. Itens desbotados, furados que não têm mais conserto

Pergunte-se: essa peça se encontra em boas condições? Pode ser consertada? Se a peça está desbotada, ela já fez a sua função de ser usada por muitas vezes. O que também significa que ela deve ser muito querida para ser descartada. Pense se é essa a imagem que você quer passar. Comecei a reparar em roupas surradas e não gostei do que vi, então descartei. 


3. Cores 

Pergunte-se: Gosto destas cores? Elas combinam comigo? Uma das minhas especializações é em coloração pessoal e sou obcecada por esse assunto. Quando você toma consciência das cores usadas como ferramentas de imagem, descobre as características do tom de pele, consequentemente as cores que combinam com ela. A minha mente já entendeu a importância do uso das cores para uma aparência mais bonita e ela rejeita qualquer cor que não faça parte da minha cartela. Saber a sua cartela de cores pessoais ajuda muito. 


4. Modelagem 

Pergunte-se: serve em mim? Está apertada? Ou muito larga? Tenho peças básicas, como uma jaqueta e calça jeans que ficaram no armário justamente por esse motivo: se é básico, fica. Mas, o corpo muda, os desejos e as vontades também mudam. Se a modelagem da jaqueta não é perfeita para mim, principalmente no ombro, então ela sai. 


5.Estilo 

Pergunte-se: eu me sinto bem com esta roupa? Muitas vezes a gente compra roupa porque gostou da cor, viu a vendedora usando e achou lindo, estava chateada e precisava comprar algo para levantar o astral, era tendência e viu inúmeras vezes nas revistas e vitrines das lojas. Mas será que combina com a gente? Eu, por exemplo, nunca fui muito fã de renda e não faço o estilo romântica ao me vestir. E tenho blusas assim que nunca usei. Pensei, por que diabos eu fui comprar isso? Nem Freud explica. Descobrir o seu estilo vai ajudar no desapego e nas futuras compras também. A consultoria de imagem identifica 7 estilos universais, falo num outro bate papo um pouco mais sobre eles.