Márcia Resende

por Márcia Resende

Olá!

Fiquei ausente algum tempo. Por vezes, desabam sobre nós acontecimentos que sacodem e alteram o nosso sentido de vida. Novos ângulos e desafios se oferecem. O choque do inesperado nos inquieta, entristece e nos faz repensar. Como disse o amável Chico Xavier, “Isso também passa”. “A vida é feita de MOMENTOS! Momentos os quais temos que passar, sendo bons ou não, para o nosso próprio aprendizado”. Em todos os acontecimentos precisamos reconhecer o que foi bom, o que conseguimos aprender e seguir em frente.

Estou de volta, quero compartilhar com vocês, nesse ano, assuntos bem reais do cotidiano em família.

Para esse primeiro texto quero falar sobre as diferentes perdas na Pandemia.

Podemos pensar nas diferentes perdas que sofremos nesses últimos anos; os compromissos que foram adiados, as expectativas frustradas, a insegurança financeira, a falta de autonomia para se movimentar livremente, a diminuição das conexões sociais e também o medo e a realidade da morte.

A morte é um assunto que não conversamos, que não falamos em família, que não apresentamos aos nossos filhos. Vamos ao longo dos nossos encontros falar sobre como apresentar e nos preparar para essa que é a nossa única certeza.

Diante das diferentes perdas, o luto surge como uma reação normal, esperada e que cada um vivencia da sua própria maneira.

O luto ocorre frente à possibilidade ou frente à perda real de alguém ou algo que é importante para nós. O luto nos ajuda a elaborar as perdas que tivemos para darmos seguimento às nossas vidas.

E como nossos filhos têm vivenciado tantas perdas?

Acredito que em meados de 2021, muitas frustrações foram verbalizadas por eles que já estavam cansados de tanta privação e perdas.

Nossos filhos sofreram e sofrem essas perdas e demonstram sua dor de forma diferente.

Cada família tem passado por inúmeras experiências e cada uma delas traz uma insegurança, um medo diferente.

Precisamos lembrar que na dor todos temos razão, a minha dor sempre será maior que a do outro, isso é inegável. Não devemos banalizar a dor do outro. Compreender uma perda vai depender da idade em que nossos filhos estão e a forma como nos comunicamos com eles e abordamos o assunto.

Devemos saber ouvir, mais que falar. Uma escuta atenta, empática, sincera. Permitir que a criança ou o adolescente faça perguntas, mesmo que sejam repetitivas. Ouvir com atenção e responder de forma sincera. Ficar calmo, repetir a resposta quantas vezes for necessário.

Os adultos são, muitas vezes, o espelho para a expressão das emoções das crianças e dos adolescentes, não tenha medo de manifestar seus sentimentos. Você pode chorar!

Diga o que está sentindo e o que está causando sua dor. Isso pode ajudá-los a demonstrar seus sentimentos.

Eles vão entender que todos temos momentos de dor e que aos poucos vamos nos fortalecendo e transformando essa dor em boas lembranças, em uma saudade sadia.

Esse é o nosso papel como pais, sei quantas perdas também estamos passando e o quanto precisamos ser sábios, fortes e corajosos, para seguir educando e guinado nossos filhos no caminho do bem, do belo e do justo.

Estamos juntos nesta jornada.

É possível!