Márcia Resende


“Sonhamos com um diálogo possível entre a realidade que vivemos, a instrução, o espírito e o mundo.” (Ricardo Wardil) 



Olá, 


Que seja breve este momento de pandemia e isolamento social, a partir de agora! 

Convido você para refletirmos sobre escola e família. 

Neste período em que nossos filhos ficaram em casa, estivemos ao mesmo tempo educando e ensinando. 

A escola, a serviço do capitalismo, vinha em um ritmo desenfreado de competição. E nós acabávamos entrando nele pela melhor escola, mais para casas, mais e mais tempo de estudo. 

Menos "para a vida". 

A escola não estava preparada para este novo modelo à distância. Presenciamos professores assumindo por completo a estruturação e o planejamento da aula, neste novo método informatizado de ensino. Transformaram suas salas, quartos, escritórios em salas de aula. Fizeram o que podiam, o que estava ao alcance de cada um. Ainda viveram, como todos nós, as apreensões e privações do momento causadas pela covid-19, além do desamparo em relação à segurança e estabilidade dos seus empregos. 



Agora é hora de voltar, de retomar as aulas. 

Devemos estar atentos à proposta pedagógica da escola. Acreditamos que durante um ano, todas as entidades escolares tiveram tempo de experienciar o novo modelo e se preparar para esse novo ano. Qual é o nosso papel, já que a sala de aula ainda por algum tempo será a nossa casa? 

Vamos estimular a organização do tempo, exaltar a responsabilidade, mostrar outras possibilidades e apresentar a realidade aos nossos filhos. 

Eles precisam ser capazes de explorar outras formas de informação. Devem aproveitar ao máximo o que está sendo ensinado pelo professor e enriquecer esse aprendizado. 

É importante que estabeleçamos com eles horários, para que o entendimento da organização e do planejamento passem pela pontualidade e organização do tempo. Eles precisam ter bem definidos os horários de dormir, acordar, alimentar, fazer o dever de casa, estudar, tomar banho e se divertir. É fundamental ressaltar que o tempo de dever de casa é diferente do tempo dedicado ao estudo. 



Educamos nossos filhos com liberdade e responsabilidade. Em família, reconhecemos o potencial de cada um. Ao oferecermos a liberdade, damos a eles um propósito: apresentar ao mundo os seus dons e talentos. Oferecemos liberdade para que eles vivam as experiências de cada situação e aproveitem cada uma delas para seu crescimento pessoal, sejam elas desafiadoras ou não. 

Treinamos a atenção, a aceitação e o não julgamento.

Treinar a atenção é mostrar a importância de ter interesse. Interesse em começar todos os dias com vontade, abrir-se ao novo de cada dia. Estar presente, integralmente, em cada situação.

Treinar a aceitação é admitir que a dor e o prazer fazem parte da vida e precisam estar presentes no crescimento deles, se quisermos formar cidadãos éticos. Nesse momento que estamos restritos aos nossos lares, eles precisam aprender a ter resiliência.  Devem ser capazes de responder “o que me falta?”  e “o que me faz falta?” 

Treinar o não julgamento é apresentar aos nossos filhos a humildade, o saber ouvir e a desvalorizar a presunção do nosso juízo. Saber que todos nós estamos em contínuo aprendizado, que devemos respeitar a opinião alheia e procurar não entrar em discussões que nos trazem apenas desgaste. “A paz, muitas vezes, é mais importante do que a razão.” 

Nossos filhos, neste aprendizado, estão construindo significados reais, que motivam a busca por mais conhecimento e os encontros, que eles levarão para toda vida.

 Assim vamos fazendo o melhor que podemos. 

É possível. 



Márcia Resende

Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching. 

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* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Mulheres. O conteúdo é de total responsabilidade da autora. 


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