Por Nathália Marinelli


Alfaiataria desconstruída, roupas com diamantes encrustados, mini saia e vestidos fluidos marcaram os desfiles; veja como se inspirar!


Chanel, Dior e Armani Privé desfilam na semana de moda de Paris — Foto: Reprodução/Instagram


São 4 encantadores dias de desfiles mostrando o que há de mais luxuoso e exclusivo na indústria da moda internacional – isso porque apenas cerca de 4 mil pessoas no mundo inteiro são consumidores deste mercado. 

Como o próprio nome já diz, a Alta-Costura é uma moda que preza pela criatividade e técnicas inovadoras em seus processos. Portanto, espere por coleções que apresentem peças pouco ou nada próprias para o dia a dia, ainda assim, é possível se inspirar nas tendências propostas pelas grifes! 


Qual a cor do momento? 

O bege era considerado uma cor sem graça e associada a lingeries mais básicas. Em tons, tecidos e propostas diferentes, o bege predominou na paleta de cores de muitos desfiles, como foi o caso de Elie Saab. O estilista libanês mais uma vez encantou o público com seus famosos vestidos de gala, desta vez inspirados na realeza. A coleção teve poucos pontos de cor em azul, rosa, verde e dourado nos mais variados tipos de tecidos. Na Dior, o bege marcou o intervalo entre composições sóbrias em cinza, preto e cores metálicas. Algo parecido aconteceu na coleção de Alexandre Vauthier, que combinou tons neutros com cores vibrantes e tons pastel. Ou seja, percebemos que essa é uma das apostas da temporada. A Maison Rabih Kayrouz abriu seu desfile com uma sequência de três looks bege e o espalhou ao longo de uma coleção cheia de tons neutros e terrosos. Alexis Mabille seguiu a mesma lógica antes  de apresentar uma explosão de cores contrastantes em peças minimalistas.


Dior foi uma das grifes que apostou na cor bege em sua coleção — Foto: Reprodução/Instagram


Primavera & Alfaiataria 

Não é só de vestido que vive a estação mais bela do ano. Ao contrário, a peça dividiu espaço nas passarelas com peças de alfaiataria ora pesadas, ora bem fluidas. Uma vibe “Patricinhas de Beverly Hills” tomou conta do desfile da Chanel, por exemplo, que apresentou conjuntos de blazer e casaqueto com shorts ou mini saia plissada em tweed.


Chanel apresentou vários conjuntos de tweed, marca registrada da maison — Foto: Reprodução/Instagram 


Jean Paul Gaultier e Maison Rabih Kayrouz trouxeram uma na alfaiataria desconstruída, enquanto o designer francês brincou com modelagens fluidas e cortes assimétricos, o libanês Kayrouz mesclou casacos oversized com blazers drapeados, que dão a impressão de estarem envolvidos ao corpo. A alfaiataria da Dior apareceu em casacos mais estruturados, combinados com vestidos estilo slip dress, saia mídi ou calças.


Sobreposição 

A temporada com looks cheios de camadas. Estranho, mas real. Meia-calça, luvas, segunda pele e até capas marcaram desfiles como o de Chanel, Armani Privé, Maison Rabih Kayrouz e Giambattista Valli, para citar alguns.


Desfile de Alta-Costura da Maison Rabih Kayrouz em Paris   


Cintura bem marcada 

A Alta-Costura foi marcada por modelagens em A, mais minimalistas e marcando a cintura, como o “peplum” dos blazers da Dior e os vestidos da Chanel. Esta última, inclusive, foi marcada por vários looks com mini saia. Gaultier exibiu uma proposta mais descontraída: ele destaca a silhueta com calças cenoura e vestidos com laços e penas.


A cintura marcada com peplum apareceu em vários looks da Armani Privé — Foto: Reprodução/Instagram 


Pedrarias, estampas 3D e muito brilho  

Ronald van der Kemp, Schiaparelli, Rahul Mishra, Giambattista, Elie Saab apresentaram peças encrustadas com as mais diversas pedrarias, tecidos metalizados, roupas de cetim e muito bordado.


Marina Ruy Barbosa fechou o desfile de Giambattista Valli com vestido de noiva — Foto: Reprodução/Instagram 


Chanel foi uma das que exibiu peças com aplicações em 3D, assim como Alexandre Vauthier. O estilista homenageia Grace Jones com look todo prateado e cheio de camadas irregulares, detalhe que aparece ao longo da coleção.


Foto: divulgação desfile Chanel 


Apesar da coleção repleta de brilhos e bordados, Julie de Libran fez uma das coleções mais versáteis e próximas do ready-to-wear, ou seja, mais “comercializáveis”. Valentino seguiu na mesma linha com produções cheias de pedrarias e tecidos brilhantes intercalados com peças mais básicas. 


Fluidas 

Vestidos leves, fluidos e com muita transparência – graças a materiais como a renda e o tule – devem seguir firmes na primavera parisiense. Iris van Herpen, por exemplo, levou o público para um balé no fundo do mar em um fashion film de quatro relaxantes minutos. Ela mostrou seu talento em três vestidos com shape tipo corset e calda que, conforme a dança, pareciam águas-vivas. Menos dramáticos, Zuhair Murad e Armani também apostaram em vestidos leves e soltinhos com bordados e diamantes encrustados. 


Luxo 

No que depender das grifes Elie Saab, Giambattista Valli, Armani Privé e Rahul Mishra não faltarão inspirações de looks para aquela festa ou evento especial! Cada um com sua assinatura, os desfiles transportaram o público para uma atmosfera de realeza com peças luxuosas.

Alexis Mabille exibiu vestidos metalizados com modelagens semelhantes ao quíton, roupa usada na Grécia Antiga: ombros marcados, tecidos com drapeados na cintura e acessórios dourados marcaram a coleção. Mishra também brinca com diferentes texturas para mostrar sua paixão pelo universo e seus mistérios. Para a Vogue norte-americana ele revelou, por exemplo, que o vestido que abriu seu desfile foi refeito, aproximadamente, 50 vezes.

Já Valentino apresentou vestidos de gala cheios de volume, longas caudas e recortes laterais. Sendo assim, o lema “menos é mais” virou coisa do passado quando o assunto é festa. Aposte em modelos com várias camadas, detalhes brilhantes, alfaiataria ultracolorida e muita fenda. E aí, qual faz mais o seu estilo?


Foto: reprodução desfile Valentino Alta-Costura 2023