Por Camilla Colenghi
Havia conversas parando de fazer sentido, pessoas, hábitos e lugares.
Repentinamente passei a ser diferente de mim, se é que isso soa bem.
Por um bom tempo me procurei.
Refletia enquanto colocava o café na caneca e me fazia a pergunta enquanto tirava a roupa do varal.
Pouco entendia que, nessas redescobertas, o excesso de questionamento nos agarra ainda mais na sensação de estar perdida.
É desafiador encontrar respostas na inércia de si.
Mas quando largamos os tantos pensamentos e nos levantamos, por menor que seja, por mais modesto que os primeiros passos possam parecer, uma coisa vai puxando a outra pela mão.
Você inicia algo novo, que depois te leva para algo diferente, que te faz enxergar outra coisa, que abre portas para outra.
E sem planejar, sem nem lembrar como chegou até ali, você acaba esbarrando em pistas, respostas e ideias que te aproximam de si.
Reencontra objetivos e descobre novos interesses.
Se você se sente perdida, comece.
Comece de algum lugar.
Comece com um movimento.
Desapegue de crenças de que a primeira movimentação deve estar alinhada com um objetivo específico.
Tire temporariamente o peso e ter que escolher uma direção que durará para sempre e apenas comece.
O interessante da vida é que um dia a gente finalmente percebe que grande parte de nossos passos são apenas caminhos e trilhas.
Não o nosso destino final.