Por Gilberto de Andrade Rezende
Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Presidente da Associação Cultural Casa do Folclore. Ex-presidente e Conselheiro da ACIU e do CIGRA.
Em janeiro de 2024, a Casa do Folclore celebra cinquenta anos de atividades culturais, utilizando suas primeiras construções – a casa da sede, um estúdio de gravação e um palco sob uma armação de lona.
Era apenas uma chácara que veio a ter o nome de Casa do Folclore em 1977, período que foram abertos seus espaços para outras atividades de natureza social, política e filantrópica, construindo gradativamente os salões; Verde, Amarelo, Rosa, Vip, churrasqueiras, baias e Casa de Hóspedes em 1996.
No espelho retrovisor dos tempos, abrem-se na Casa do Folclore as cortinas de sua história, rica de espetáculos. Afinal, em local onde já passaram milhões de pessoas, em seu jubileu, contam-se em milhares os seus eventos.
É nosso propósito reconstituir parte da história da Casa do Folclore, que deu grande contribuição para o encontro de lideranças que buscavam rumos para o desenvolvimento de Uberaba. Para isso, sempre abriu suas portas para os profissionais liberais, políticos e empresários, através de Congressos, Seminários, Exposições e Confraternizações.
Na área cultural, sempre recepcionou os grandes escritores para lançamentos de seus livros ou para palestras de interesse literário. Os grandes artistas sempre provocavam emoções na plateia.
Patrocinou, por várias décadas, grupos folclóricos, para que se mantivessem vivas as tradições culturais. Foi palco constante de manifestações da cultura popular.
Na área social, sempre houve a recomendação para o pessoal da limpeza deixar intacta as juras de amor de milhares de casais que ali se apaixonaram. Que não escondessem os bonitos sorrisos das pessoas que ficaram por ali espalhados durante as apresentações dos grandes espetáculos. Que não apagassem os vestígios, estampados no chão da história, das grandes personalidades que por ali passaram. Que não descartassem as doces lembranças que foram salvas na poeira do tempo.
Em um breve resumo, mostraremos a presença da Casa do Folclore participando ativamente na promoção de eventos. Afinal, houve períodos em que se chegava a abrigar cinco eventos em um só dia. Por muitos anos, os fins de semana sempre estavam comprometidos para a realização, em média, de três ou mais eventos.
A participação da Casa do Folclore em prol da comunidade, sua contribuição para o turismo e seu esforço para sedimentar tradições, podem ser resumidos nesses cinquenta anos, através de relatos em segmentos que se destacam:
Desde o início da década de 1980, a Casa do Folclore se abriu para as grandes festas de formaturas de Colégios, Faculdades e Universidades. E hoje, em especial pareceria com a empresa Virazom Formaturas. Afinal, desde suas matriculas, os estudantes já eram participantes das festas promovidas pelos Diretórios Acadêmicos, trazendo bandas de todos os quadrantes do Brasil, na busca de recursos para ajudar nas despesas de solenidades das formaturas.
Foi através da iniciativa desses Diretórios que Uberaba conheceu artistas de renome nacional como também, festas com nomes atrativos em que se destacam – White Horse, Lual, Uma Noite nos Mares do Sul, Petição Inicial, Corpo e Alma, Sem Rodeio, Noite da Espora, Na Noite do Crime, Rapazolla, Luz e Trevas, Depois do Laço, o Abraço, entre outros.
Até hoje, dezenas de milhares de profissionais liberais esparramados pelo Brasil, sempre procuram se recordar da Casa do Folclore, através dos encontros quinquenais de formandos, já acompanhados de seus familiares, gerando festas de confraternizações.
Maio, mês da abertura da Exposição no recinto do Parque Fernando Costa, sempre foi o ponto de encontro da juventude brasileira, criando motivos para grandes festas nos recintos da Casa do Folclore, entre outras:
FESTA DA MARCINHA
Chamada inicialmente de “Noite no Velho Oeste”, por mais de vinte anos a Festa da Marcinha conseguiu reunir milhares de jovens. A parte musical ficava por conta de seu irmão, DJ Julinho. Quando os portões se abriam às 23 horas, imensas filas de mais de um quilômetro já estavam formadas.
Nega Pável e Marcinha
FESTA DO TIM
Tim, de Ribeirão Preto e seu irmão Kadão, de Ituverava começaram sua organização de festas com o Panetone sob o título – De Olho na Noite. Cinco anos após, passou a fazer suas festas na Casa do Folclore, sempre recorrendo à uma atração artística. Tim, uma figura carismática do setor de festas, consegue atrair multidões de jovens em todas as festas que promove em dezenas de cidades brasileiras. Em 2023 comemorou na Casa do Folclore, 30 anos de festas em Uberaba.
FESTA DA NÊGA
Uma bonita e carismática festeira, que deixou muitas saudades dos seus eventos. Por muitos anos, soube cativar a atenção dos convidados que lotavam suas festas.
PRÓ-EVENTOS
Sob o comando de Marcelo Augusto e Fernando Cintra, a Pró-Eventos, por muitos anos, promoveu festas de grandes atrações e que deixaram gratas recordações. A mais famosa foi a Festa à Fantasia, onde não se tinha limite para a liberdade de se expressar através das mais variadas fantasias. A Festa Brega, seguia moldes dos anos 30. Branco e Preto, Natal da Pró, Ensaio Axé Brasil e Axé Uberaba foram outras de suas memoráveis festas.
QUEIJOS E VINHOS
Uma festa muito prestigiada pela família uberabense, Queijos e Vinhos foi uma iniciativa de Renato Borges.
EVENTOS DE SHOWS
Através de empresários como, Leo Naves e dezenas de outros, vinculados à área de festas, a Casa do Folclore recebeu ao longo de todos esses anos, centenas de artistas, bandas, e duplas sertanejas em inesquecíveis noites de cantoria.
Na área do MPB se destacam, entre centenas de outras atrações, Ivete Sangalo, Paula Toller, Daniela Mercury, Cláudia Leite, Alceu Valença, Banda Eva, Banda Beijo, Zé Ramalho, Asa de Águia, Biquíni Cavadão e Capital Inicial.
No segmento sertanejo, verdadeiros ídolos da música raiz estavam sempre presentes na Casa do Folclore atraindo multidões: as duplas - Tião Carreiro e Pardinho, Zico e Zeca, Vieira e Vieirinha, Milionário e José Rico, Pedro Bento e Zé da Estrada, Gino e Geno, Rio Negro e Solimões, Chrystian e Ralf, Mato Grosso e Mathias, João Mineiro e Marciano, Bruno e Marrone - entre dezenas de outros, como os ídolos da cantoria solo, Almir Sater e Gustavo Lima.
Tim (Renato)
No decorrer de suas atividades, a Casa do Folclore sempre fez parcerias para a realização de festas. A primeira, na década de 1980 foi com José Luiz do Amaral (Panetone), para a apresentação da dupla Tião Carreiro e Pardinho. Renato Tim, Marcinha, Nega, Gegê, foram outros grandes parceiros no calendário de festas. Já na área de Bufê, há que se destacar:
LEILA GUIMARÃES - Atuava em Uberaba no setor de festas desde 1992. Em 1993 foi contratada pela Casa do Folclore. Bacharel em Direito, preferiu trilhar o caminho do mercado de eventos, demonstrando competência e obstinação. Após duas décadas, teve condições de adquirir o salão Vip. Faleceu em 2017, vítima de um trágico acidente.
MARIZA CURY - Uma das profissionais destaque da área de gastronomia. Mãos de fada, diziam empresários atendidos por ela. Foi de muita relevância sua presença na Casa do Folclore onde, em parceria fraternal, deixou saudades. Continua atuando no mercado com muito profissionalismo e competência.
JANE CORDEIRO - além de sua inquestionável capacidade de produzir irresistíveis iguarias, conseguia transformar qualquer salão em suntuosos ambientes. Após vários anos de intensas atividades, resolveu dar por encerrada sua participação na arte gastronômica, para estar mais perto de sua família.
ELIANE MARIA SANTOS - Sem dúvidas, uma das maiores promotoras de vendas da área. Comerciante nata, apesar de ser formada em Direito, mesmo sabendo dos desafios que a esperava, se entregou ao setor de organização de festas, conseguindo por seus próprios méritos adquirir o Salão Verde da Casa do Folclore e criou ainda, em sociedade com Maria Cláudia Cicci, o Palácio de Cristal, palco de grandes eventos.
MARIA CLÁUDIA CICCI RESENDE - Desde cedo mostrou seu pendor para a área empresarial. Criou a “Maria Cláudia Eventos”, no setor de Cerimonial, reconhecida e reverenciada pela sua dedicação e competência. Associou-se à Eliane Santos na empresa “Provence Buffet”, dividindo com sua sócia os méritos do sucesso dessa organização.
LEILÃO NOITE DO NELORE NACIONAL - Outra grande parceria criada nos anos 80 foi com Lúcio Costa e seus companheiros, Dirceu Borges e Irmãos Biaggi. Posteriormente, Cláudia Junqueira assumiu a administração do evento, numa participação que durou mais de vinte anos. Nos Leilões realizados na Casa do Folclore, se podia presenciar o momento em que centenas de valiosos exemplares mudavam de mãos com facilidade, aos gritos de “Quem dá Mais”. Um dos grandes arrematadores do gado de alta linhagem era Benedito Mutran Filho, recentemente falecido.
Leila Guimarães
Mariza Cury
Jane Cordeiro
Eliane Santos, Gilberto e Maria Cláudia Cicci Resende.
A Casa do Folclore sempre foi o ponto principal de encontros em recepção de destacadas autoridades ou personalidades brasileiras. Assim, estão registrados em sua história, a presença de diversos deputados, senadores e governadores mineiros, entre eles, Hélio Garcia, Itamar Franco, Eduardo Azeredo, Francelino Pereira, Newton Cardoso e Aécio Neves.
Entre os mais destacados, o vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva. Em sua época de empresário e Presidente da FIEMG, fundamos, em sociedade, a empresa Minasplac, hoje, Duratex, do grupo Itaú. Posteriormente, na década de 2010, seu filho, Josué de Alencar, hoje presidente da FIESP, nos deu a honra de sua presença, na companhia do prefeito Paulo Piau.
Governador Hélio Garcia
Governador Newton Cardoso com Gilberto Rezende
Governador Francelino Pereira com Erwin Puhler, Ney e Gilberto
Outra visita ilustre, recebida no recinto da Casa do Folclore foi a do ministro da cultura, Francisco Weffort, convidado pelo deputado Nárcio Rodrigues e que veio acompanhado pelo prefeito de Uberaba, Marcos Montes.
Marcante também foi a presença de diversos embaixadores da China e Oriente Médio, acompanhados pelo diplomata do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, Marcos Azambuja, durante o governo de Silvério Cartafina.
Nesses cinquenta anos de existência, a Casa do Folclore foi palco de encontros de amigos para definição do programa de ações nas campanhas de candidatos, para as eleições majoritárias ou proporcionais.
Assim aconteceu nas campanhas vitoriosas de Hugo Rodrigues da Cunha, Silvério Cartafina Filho, Luiz Guaritá Neto, Marcos Montes, Anderson Adauto, Paulo Piau e Fúlvio Fontoura.
José Alencar, Hugo, Cesar e Gilberto Rezende em 1976
Josué Alencar, prefeito Paulo Piau e Gilberto Rezende
Ministro da Cultura - Francisco Weffort, com Gilberto, Marcos Montes e Narcio Rodrigues
Embaixadores na Casa do Folclore
Ao longo dos anos diversas homenagens foram prestadas a autoridades em Uberaba, com a participação da Casa do Folclore. Entre elas podem ser destacadas as homenagens prestadas ao setor judiciário, sob a orientação dos juízes Ataíde Xavier e Everardo Leonel Hostalácio, oportunidade em que esse setor pode tomar conhecimento de nossas tradições folclóricas. Outra significativa homenagem foi prestada em novembro de 2012, no Salão Verde, com o apoio das entidades de Uberaba, ACIU, CDL, SRTM, ABCZ, CIGRA e FIEMG, ao ex-prefeito Anderson Adauto e ao presidente do Codau José Luiz Alves, em reconhecimento ao sucesso de suas administrações.
EMANCIPAÇÃO DO TRIÂNGULO
Desde 1977, data da criação da UDET- União para o Desenvolvimento do Triângulo Mineiro, que a Casa do Folclore se disponibilizou para os encontros das lideranças regionais. Em Uberaba a UDET era representada por Hugo Rodrigues da Cunha, Arnaldo Rosa Prata e João Gilberto Rodrigues da Cunha. No segundo movimento de emancipação, ocorrido dez anos após, em 1987, sob a liderança de Ney Junqueira, novamente a Casa do Folclore foi o ponto de encontro de quase uma centena de deputados e senadores que lá estiveram para hipotecar apoio às reivindicações do Triângulo Mineiro. Atuamos como Secretário Geral nesses dois movimentos emancipacionistas.
ENTIDADES DE CLASSE
de encontros já foram realizados na Casa do Folclore através de festas de confraternização, seminários, congressos e exposições, muitas vezes com políticos, na busca de soluções econômicas e administrativas, procurando reforçar e ampliar os alicerces de nossa economia. Essas entidades atendem pelo nome de ACIU, CDL, CIGRA, FIEMG, ABCZ, SRTM, Federaminas, SESI e Sindicatos Patronais.
Registra-se que a Casa do Folclore foi a sede do 1º Congresso Internacional de Odontologia do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, em abril de 1981, promovido pela ABO, presidida por Irineu Batista e secretariada por Alaor Carlos de Oliveira. Presença ilustre de Dr. Peter Thomas, referência mundial em odontologia, acompanhado de Olímpio Faissol, uma das celebridades nacionais. Foi também por muitos anos, sede de exposição de dezenas de empresas nacionais que expunham seus produtos no recinto da Casa do Folclore, em eventos patrocinados pela empresa atacadista fundada por Avenir Guarato.
Sediou as festas da Associação de Mulheres de Negócios, através das Presidentes, entre outras, Ilcea Sônia Borba Marquez, Alda Teixeira e Cidinha Coimbra.
Há que se comentar também sobre o Congresso de Psicologia, promovido pela Fundação Gregório Baremblitt, sob o comando de Maria de Fátima Oliveira.
CLUBE DE SERVIÇOS
Enriquece o acervo de eventos da Casa do Folclore, as inúmeras solenidades de posse e em festas promovidas pelos Clubes de Serviços do Lions Club, Rotary Club e Lojas Maçônicas.
EMPRESAS
Desde sua criação, a Casa do Folclore é sede de seminários, congressos, confraternizações, ou transformada em escola de aperfeiçoamento profissional, através de empresas públicas como a Caixa Econômica Federal e a Cemig ou privadas como a CTBC (Algar), Eucatex, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Valefértil, FMC e outras empresas instaladas na cidade ou nos Distritos Industriais.
É no setor cultural que a Casa do Folclore se orgulha de sua participação, sempre muito abrangente e que ocupou um lugar de destaque nesses cinquenta anos de sua fundação. Foi palco de eventos clássicos como balé, concerto de piano, cantores líricos, ópera. Foi anfitriã de prestigiados escritores brasileiros, pintores e escultores e local de apresentação de renomados cancioneiros, de grupos folclóricos nacionais e internacionais.
Escritor Bressani comGuido e Ilcea com familias, na Casa do Folclore
LITERATURA - Foram recepcionados pela Casa do Folclore, entre outros, os escritores Ronaldo Bressani em 2017, Inácio Loyola em 2005, Frei Beto em 2005 e Laurentino Gomes, em abril de 2011. Para lançamento de livros, teve o privilégio da presença de José Hamilton Ribeiro do Programa Globo Rural, em 2006, de Paulo Fernandes Silveira, membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. E o livro do articulista, Catira, Poesia do Sertão.
ÓPERAS - Uma verdadeira ousadia montar no salão VIP da Casa do Folclore, em outubro de 2004, a ópera de Giacomo Puccini, “Madame Butterfly” com elenco italiano, orquestra sinfônica de Ribeirão Preto e o coro formado por uberabenses, regidos pelas maestrinas Olga Frange de Oliveira e Marly Gonçalves da Costa. Para inauguração do salão Rosa, em janeiro de 1992, a presença da soprano Maria Lucia Godoy, uma das mais destacadas cantoras de óperas, sempre interpretando árias de projeção internacional. Em ocasiões especiais, convidados tiveram o prazer de ouvir o grande tenor uberabense, Thiago Neves, cantando árias consagradas no repertório internacional de óperas.
PIANO - Com o patrocínio do Jornal Uberaba, o grande artista brasileiro, João Carlos Martins apresentou no Palácio de Cristal da Casa do Folclore, um concerto de piano que ficou na história de Uberaba.
DANÇAS - As apresentações do balé de Beth Dorça na Casa do Folclore, sempre despertaram emoções. O nível artístico dessas apresentações sempre trouxe os mais destacados troféus de cidades que sabem reconhecer as desafiadoras coreografias preparadas em seu estúdio. Por iniciativa do Rotary Club, sob o comando de Ney Junqueira, a Casa do Folclore foi palco, no Salão Verde, da apresentação do Balé Russo, bem como do grupo Tangolero, que arrancaram entusiasmados aplausos da plateia.
FOLCLORE - A Casa do Folclore ofereceu, por dezenas de anos, centenas de jantares para instituições públicas e privadas, autoridades civis e militares, entidades de classe e clubes de serviços, com o único objetivo de mostrar a diversidade de nossas manifestações culturais, como o catira, músicas sertanejas raiz e Folias de Reis, através de grupos de Uberaba e de todo o Brasil. São destaques:
RECANTO DO FOLCLORE – Criado em 1977 com o apoio da ABCZ, a Casa do Folclore selecionava as apresentações de manifestações folclóricas durante o período da Exposição, no Parque Fernando Costa, contando com o apoio de Paulo Silva, secretário de Turismo no governo de Silvério Cartafina Filho. Já se registrava naquela época a presença das catireiras de Ituiutaba, uma iniciativa do médico e folclorista, Dr. Edelweis Teixeira. As apresentações de catireiros e violeiros eram comandadas por Toninho da Marieta e seu filho Edson Quirino de Souza (Edinho). Ao longo dos anos, o Recanto do Folclore se transformou em Show Regional.
Recanto do Folclore
FESTIVAIS – Anualmente a Casa do Folclore promovia um Festival de Violas em seus salões, com abrangência no Brasil Central, distribuindo prêmios e incentivando o aprendizado. Patrocinava também junto com outras entidades, de todos os Festivais de Viola e de Folias de Reis que eram apresentados através da TV Uberaba. Os premiados gozavam do privilégio de serem gravados na Casa do Folclore e homenageados com um almoço, sempre prestigiado por autoridades civis, militares e religiosas como, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, nosso Bispo Diocesano. Entre os premiados em apresentações de Folias de Reis na TV Uberaba, podem ser citadas, entre outros, as Folias de Jorge Bernardes, Manoel Teles, Paulo Cury, Adauto Cardoso, Sebastião Mapuaba, Labibe, e a dos Leiteiros.
Participavam dessas apresentações na TV, os comunicadores, Edson Quirino de Souza (Edinho), Toninho da Marieta, Carlos Alberto Pereira e Nico Trovador, além dos Folcloristas, Erwin Puhler e Olga Frange de Oliveira, representando a Fundação Cultural.
VIOLAS E VIOLEIROS – Por centenas de vezes na Casa do Folclore, junto com apreciadores, teve-se a oportunidade de se reunir com grupos de violeiros para se ouvir modas e o repique das violas até o amanhecer. Eram apresentações carregadas de emoção e que tanto enriqueceram nosso acervo cultural. Pelo menos alguns nomes se destacaram pela assiduidade de suas presenças – Palmeri com Nicanor ou Panamá, Claudionor da Silveira, Odair e Nicodemos, Toninho da Viola, Ruizinho Barbosa, Renato Cartafina, Romeu Gomes, Romano e Suzanito e sempre a figura simpática da dupla Rei Gaspar e Baltazar. A presença no palco do Salão Verde, do maior compositor de óperas sertanejas, violeiro e cantador, Elomar Figueira de Melo, foi um dos acontecimentos culturais de maior relevância. O artista baiano veio acompanhado do uberabense, Dércio Marques.
Tião Carreiro e Pardinho com Gilberto Rezende
Almir Sater com Maria Resende e Maria Célia Cicci Resende
CATIRA – Por cerca de 30 anos, a Casa do Folclore incentivou e divulgou uma das mais belas das nossas tradições culturais, legitimamente brasileira pois, nasceu da viola portuguesa com a dança de roda dos indígenas, em catequeses promovidas pelos padres jesuítas. Por centenas de noites os tablados de catira da Casa do Folclore foram testemunhas da presença de dezenas de Grupos de Catira de todo o Brasil, que deixaram marcados os estilos de cada região. São destaques o Grupo de Catira dos Independentes de Barretos, Irmãos Siqueira, de Miguelópolis, e os de Uberaba – Catira dos Borges, dos Teles, Raízes, de Paulo Cury, e, atualmente, o Catira Tradições de Minas, liderado por Wosley Torquato.
CULTURA AFRO - Dezenas de gravações dos desfiles pelas ruas de Uberaba, promovidos pelas Congadas e Moçambiques realizadas pelos tradicionais grupos, bem como as apresentações em festas de comemorações do Dia da Consciência Negra, foram registrados em vídeos e fazem parte do acervo da Casa do Folclore e da história de nossas tradições.
Catira de Bom Despacho
FUNDAÇÃO CULTURAL
Renato de Andrade
Desde a gravação de 1.000 discos em LP, dos Cantos e Danças de Uberaba, gravados na Casa do Folclore no início da década de 1980, por longos anos continuou a parceria com a recém-criada Fundação Cultural. Essa parceria proporcionou oportunidades de enriquecer o acervo cultural da Casa do Folclore. Por diversas vezes recebemos o grande violeiro Renato de Andrade, para mostrar sua inigualável arte nos salões abertos ao público. Assim também veio Roberto Corrêa que ainda editou um livro de partituras de Folia de Reis que se apresentaram na Casa do Folclore. Como a Casa do Folclore já havia apresentado em seu recinto, o Grupo Banzé, de Montes Claros, por iniciativa do gerente do Banco do Brasil, Henrique Veloso Neto, a Fundação Cultural trouxe o grupo Aruanda, de Belo Horizonte, que se apresentou no UTC e na Casa do Folclore, onde ficaram hospedados. Foi no palco da Casa do Folclore que se apresentou os Festivais de Catira, através das verbas da Petrobras, via Fundação Cultural. Os festivais de viola e catira, realizados no Parque Fernando Costa, durante o show regional criado pela Casa do Folclore, tinham a parceria da Fundação Cultural e do SESC sob o comando de Izilda Cardoso.
Grupo Dandô
DANDÔ – Uma expressão cultural, criada por Katya Teixeira de São Paulo, baseada em composição do uberabense Dércio Marques, e que tem por objetivo, mostrar a diversidade musical de cada canto brasileiro. Um canto em cada canto. O projeto foi criado há dez anos e hoje já integra também países da América do Sul, como o Chile e a Argentina. A Casa do Folclore que já foi palco de reunião anual do grupo Dandô, por alguns anos deu completo apoio aos seus integrantes. O grupo já fez apresentações no TEU, no SESI, Memorial Chico Xavier e em outros auditórios. Inicialmente a representação de Uberaba ficou sob a orientação de Marcelo Taynara.
ASSOCIAÇÃO CULTURAL CASA DO FOLCLORE – Todo o acervo cultural obtido, em sua maioria, através das gravações de manifestações culturais realizadas no recinto da Casa do Folclore, está hoje sob a responsabilidade da Associação Cultural Casa do Folclore. Para disponibilizá-los, cerca de 12.000 gravações sobre as nossas manifestações culturais, parte deles cedidas pela professora Iraides Madeira e as demais, gravadas pelos companheiros José Maria dos Reis, o Alemão e Luizmar Guimarães, criamos no Youtube, com o apoio de Gê Alves na década de 2010, o Programa – Coisa Nossa Uberaba, cujas postagens se esparramaram para todo o Brasil e para o mundo. Criamos também uma página no Facebook, há mais de dez anos, com o título - Grupo de Difusão da Cultura - onde, diariamente, postamos parte desse acervo.
AGRADECIMENTOS – A projeção do nome da Casa do Folclore na mídia se deu em decorrência do apoio das empresas de comunicação como a TV Uberaba, de Ney Junqueira, TV Integração de Rogério Nery, TV Universitária, programas de Wellington Ramos e do Paulo Sarkis, Jornal da Manhã, Jornal de Uberaba e as emissoras de rádio, entre elas, a Supersom FM de Arnaldo Prata Filho, a emissora de Tony Carlos e a Sete Colinas de Fuad Hueb. Nossos agradecimentos se estendem para os jornalistas, colunistas, radialistas, folcloristas, comunicadores e blogueiros – Edinho, Robson e Renata Quirino, Jorge Alberto Nabut, Geraldo Djalma, Luiz Gonzaga de Oliveira, Olésia Borges, Cidinha Coimbra, Cida Manzan, Antônio Carlos Marques, Giselda Campos, Erwin Puhler, Fran Diógenes, Ataliba Guaritá Neto, Raul Jardim, Rose Dutra, Evacira Coraspe, Lisete Resende, Luiz Crosara, Virgínia Abdala, Ellen Gomes, Edson Prata e Lídia Maria Prata.
Muitos dos nomes citados, são hoje apenas saudades, mas, são exemplos para todos e levam a nossa eterna gratidão.