Jornalista Isabel Minaré
Já imaginou poder fazer o corpo voltar 30 anos no tempo? O que parece ser ficção científica já é realidade. Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, conseguiram rejuvenescer as células da pele de uma mulher de 53 anos em décadas. O resultado é como se ela tivesse, na verdade, apenas 23 anos. A novidade representa uma revolução na medicina. Pesquisadores consideram que, com a mesma técnica, podem reproduzir os resultados em outros tecidos do corpo.
O estudo foi publicado na revista científica eLife. Realizado por profissionais alemães, britânicos e portugueses, ele mostrou que é possível fazer a chamada "reprogramação transitória da fase de maturação" em apenas 13 dias. A mudança envolve não somente a aparência das células, mas também a funcionalidade delas. A produção de colágeno pelos fibroblastos — moléculas encontradas nos ossos, tendões e ligamentos da pele — pode ser extremamente útil no tratamento de feridas, por exemplo.
Quando se pensa em rejuvenescimento, por via de regra, o tema é relacionado à beleza e juventude. No entanto, a reprogramação celular vai muito além disso. A tecnologia abre caminhos para a cura de inúmeras doenças, principalmente as que costumam surgir na fase mais avançada da vida, como problemas neurológicos e cardíacos. Para acabar com essas questões, uma das soluções é a capacidade de transformar células-tronco em células específicas e vice-versa.
A técnica usada para o rejuvenescimento da pele humana é a mesma da reprogramação celular utilizada para criar a famosa ovelha Dolly, clonada nos anos 90. Por enquanto, a pesquisa não pode ser testada clinicamente, por aumentar o risco de câncer. Mas, segundo os cientistas, com o avanço da tecnologia, será possível usá-la para dar mais qualidade de vida aos idosos.