Por Gilberto Rezende
Aconteceu o que já era esperado. Desde que Lídia Maria Prata Ciabotti concordou em participar da chapa de Anderson Cadima, ocupando o cargo de vice-presidente da ACIU, já era uma certeza de que ela iria sucedê-lo.
O destino é caprichoso em urdir as tramas. Lídia estava no lugar certo e na hora certa. O final do mandato do presidente Cadima ocorre exatamente no ano em que a ACIU festeja o seu centenário.
Somente em 1990, gestão de César Sebastião Martins, é que as mulheres tiveram assento na Diretoria da ACIU. Sessenta e sete anos após a fundação da entidade é que as duas pioneiras – Uracy Sabino e Márcia Zaidan quebraram um tabu.
Com a inscrição tempestiva de apenas uma chapa na ACIU, encabeçada por Lídia Maria Prata Ciabotti, torna-se desnecessário, estatutariamente, os procedimentos para a realização de uma eleição. Basta a aclamação.
Dessa forma, a partir de 2024, a ACIU, pela primeira vez em toda sua existência, dando seus primeiros passos rumo ao bicentenário, será comandada por uma mulher. Realmente um acontecimento histórico.
Parece que todos estão felizes com esse fato. Afinal a ACIU necessita de um administrador competente para que ela possa continuar sendo a vanguarda do desenvolvimento de Uberaba e a Entidade encontrou em Lídia Maria Prata Ciabotti a pessoa adequada para carregar essa bandeira.
Lídia está acostumada a enfrentar desafios. Foram muitos. Quando seu pai se afastou da administração do Jornal da Manhã por razões de saúde, Lídia e seu marido, Luiz Ciabotti Neto, assumiram a responsabilidade administrativa com o apoio da mãe, Aparecida Prata.
Nesse período enfrentaram verdadeiros vendavais na administração do prefeito Wagner do Nascimento. O Jornal da Manhã mostrou que havia corrupção no governo municipal e isso, foi suficiente para uma perseguição implacável contra o Jornal.
Esses fatos não esmoreceram os projetos de Lídia. Contando com o apoio da mãe, parceira na administração desde 1984, adquiriu novos equipamentos de impressão, implantou um novo parque gráfico no Parque do Mirante com o nome de seu pai, Edson Prata (falecido em 1990), lançou o jornal a cores com mais páginas e iniciou um novo ciclo administrativo.
Criou parceria com a ACIU nas indicações de destaques empresariais, criou a Festa dos 10 Mais, criou a Revista JM, editou o Jornal da Manhã on-line e ainda implantou duas rádios na empresa.
Foi ampliado também o quadro de funcionários e colaboradores. Com o falecimento da mãe em 1999, sua grande parceira por 15 anos, Lídia e Luiz continuaram com seus projetos e transformaram o complexo JM no mais respeitado órgão de imprensa de todo o interior do país.
Isso, graças à obstinação de uma guerreira que aprendeu jornalismo ainda na juventude, seguindo os passos de seu pai, diplomou-se em Direito, assumiu a presidência da Fundação Cultural, ingressou na Academia de Letras do Triângulo Mineiro onde hoje é vice-presidente, fatos mais do que relevantes para confirmar a confiança de todos, nas rotas de navegação desse Transatlântico chamado ACIU, sob o seu comando. Boa viagem comandante Lídia.