A linda cidade da liberdade
Fotos: Marise Romano
Liberdade! Esta é a palavra de ordem em um lugar que já foi cenário de dificuldades e medo. A charmosa capital da Holanda é uma importante cidade dos países baixos da Europa, termo que trata do conjunto das duas províncias da Holanda. O termo Neaderland significa terras baixas, justificado pelo fato de que parte da Holanda está abaixo do nível do mar, com diques feitos desde a Idade Média. Em um tour pela região o turista pode compreender o sistema de diques e barragens que mantém a água afastada das cidades, a fábrica de tamancos, os moinhos ao vento e as fábricas de queijos holandeses. O termo Dam significa dique. Amsterdam recebeu este nome que significa dique do Rio Amstel. É uma cidade relativamente pequena, com menos de 800 mil habitantes, mas que atrai turistas para curtir a noite e ver as ruas lotadas de jovens do mundo todo, além de elegantes mulheres indo trabalhar de bicicleta. Esta cidade é mundialmente famosa também pelos pubs e pelas prostitutas nas vitrines de lojas como se fossem produtos em promoção. Geralmente estas mulheres cobram 50 euros por 50 minutos de encontro com o cliente e têm todos os direitos de qualquer trabalhador holandês. Famílias passeiam normalmente durante o dia por entre estas ruas de casas de prostituição ou Red Lights. São mais de duzentas vitrines no bairro da Luz Vermelha.
Os moinhos de vento dão um charme todo especial à Holanda que
tem avançada tecnologia eólica
Na polêmica cidade da liberdade, as drogas são legais, as casas de jogos são legais, o porte de armas é legal e se encontra maconha nos cafés, lojinhas e até nos supermercados. É bom andar em grupos, pois a segurança não é das melhores entre os bares frequentados por turistas desavisados e bêbados à noite. Apesar desta liberdade toda, os moradores são considerados bem tranquilos. Não se veem pessoas drogadas e caídas nas ruas, mas de manhã há lixeiras lotadas de garrafas de bebidas alcoólicas. Sim, esta é uma cidade diferenciada. Lá se encontra o Museu do Diamante, com o menor diamante lapidado do mundo. Por séculos, Amsterdam foi um importante centro de produção de diamantes lapidados. Na visita ao Museu do Diamante, o turista pode assistir a um filme de sobre como os diamantes se formam debaixo da terra.
Formada por 15 diferentes “stadsdeel” ou bairros que se unem, geralmente por pontes sobre os canais, a cidade tem muitas árvores belas e construções arrojadas fora do centro, onde estão casas antigas que foram construídas a menos (sim, menos!) de 3 metros abaixo do nível do mar, nos projetos audaciosos dos tais diques holandeses, que sempre ouvimos nas aulas de geografia na escola. Há várias barragens, que garantem a segurança da cidade. O fluxo de água do mar que entra para a Holanda é controlado artificialmente. Um país pequeno, todo aproveitado, onde naturalmente os espaços (e isto obviamente inclui os hotéis) são bem caros. A cidade é dividida em 5 regiões. Jordaan é uma região com muitos canais e ruelas charmosas, onde se encontram bons hotéis com preços mais ou menos acessíveis. Já no Cordão dos Canais, o turista encontra os hotéis mais caros, pois é a região mais valorizada e próxima de muitos pontos turísticos. Existem hotéis com espaços minúsculos e preços iguais aos hotéis de 5 estrelas em outras partes do mundo. Já no centro de Amsterdam, que começa na estação central e termina no começo do primeiro canal, é onde rola o movimento, com gente caminhando para todos os lados. Para quem não se importa com isso, é uma região com hotéis um pouco mais baratos e muitos hostels. A região de De Pijp tem um grande número de barzinhos para curtir a noite. Fica mais distante dos pontos turísticos. A quinta região é a dos Museus, ou Museumplein, muito procurada por quem curte cultura e arte. Bicicleta é um meio de transporte muito utilizado, facilitado por a cidade estar em uma região plana. Alugar um carro é fria, pois o local não foi projetado para ter carros. Guardar o carro à noite então é super complicado, pois a maioria dos hotéis não tem estacionamento. O governo incentiva o uso das bicicletas e o transporte público, como ônibus, metrôs e bondinhos. Existem carros para uma só pessoa, bem pequenos, que passam na ciclovia junto com as bikes e as motos. O trânsito é caótico para quem não conhece a cidade. Existem vários tipos de passes para utilizar o transporte público. Compre de acordo com os dias que vc for utilizar. Nos guichês de informações aos turistas é fácil compreender o uso de cada tipo de passe. Normalmente compensa comprar o passe do dia. Taxis são caríssimos! Os barcos são utilizados até para cortejos de funerais, visto que a cidade sobre o mar tem canais por quase todo o percurso até os cemitérios, alguns com conchinhas do mar em volta dos túmulos.
O Museu Van Gogh, em homenagem ao grande pintor Vincent Van Gogh, é um programa imperdível para quem vai a Amsterdam, assim como o Stedelijkmuseum e o Rijksmuseum. Como em todos os bons museus do mundo, tem guia eletrônico tradutor para conhecer estes museus, e você pode optar pela Língua Portuguesa, mas lembre-se que o sotaque é de Portugal e às vezes fica meio confuso. Outra visitação que você não pode jamais deixar de realizar é ao museu Casa de Anne Frank, feito em uma casa onde viveu uma menina judia de forma escondida para a sua segurança. Duas famílias se esconderam no sótão durante a Segunda Guerra Mundial. Ela escreveu tudo o que viveram em seu diário. Uma experiência forte e bastante enriquecedora! “O Diário de Anne Frank”, livro best seller mundial, foi feito com base no diário, que Anne começou a escrever em 1942, aos 13 anos. Na casa onde hoje é o museu, estas famílias foram encontradas no ano de 1944 e enviadas ao campo de concentração. Menos o pai de Anne, Otto, que sobreviveu e fez com que o livro fosse publicado para a conscientização do mundo sobre os horrores da guerra e do Holocausto, onde mais de cem mil judeus holandeses foram para os campos de concentração e nunca mais voltaram. Uma estante escondia a escada que dava acesso ao pequeno sótão onde as famílias ficaram escondidas a maior parte do período da guerra, quando os holandeses foram libertados em 1945. É proibido fotografar dentro da casa e é bom comprar as entradas no site oficial do museu. As vendas são liberadas com 60 dias de antecedência, quando são vendidos 80% dos ingressos logo de cara. Os outros 20% são liberados aos poucos por dia, mas as filas são gigantescas.
Você pode comprar um cartão de livre acesso por 3 dias por todos os museus e meios de transporte da cidade. Vale a pena conferir!
Para os amantes de uma boa cerveja, a dica é conhecer as cervejarias da região, como Heineken e Amstel. Na Heineken Experience, com tikets a 18 euros, os turistas podem ter a experiência de engarrafar sua própria cerveja (com instruções em diversas línguas), onde há lindos cavalos para delírio das crianças e também dos adultos. Em 1951 esta cervejaria criou a famosa garrafa verde, usada até hoje.
Em um lugar que venta demais, a energia eólica foi fundamental para o desenvolvimento da Holanda. Em 2017 foi inaugurado um imenso parque eólico em alto mar, a 85 Km de distância da costa de Groningen e Amsterdam se beneficia muito, pois 100% dos seus trens são abastecidos com este tipo de energia, tirando milhares de carros de circulação e diminuindo a poluição. Outra curiosidade de Amsterdam são as casas fininhas, com fachadas mínimas. Uma tem apenas de 1, 60 m, onde hoje vive um casal. Algumas casas, devido à sua fundação ser de madeira, ultimamente têm apresentado uma leve queda para frente, sendo algo normalmente observado pelos turistas.
Rembrandt foi um pintor holandês que viveu em Amsterdam. Ao contrário da maioria dos pintores famosos, teve seu reconhecimento em vida, mas não soube administrar seu patrimônio, tendo vendido sua própria residência para pagar contas.
O turismo é muito organizado, com vários centros de informação ao turista neste lugar que valoriza as questões ambientais. Quando for ao supermercado, leve sua própria sacola, coloque uma moeda e libere o seu carrinho. Ao ser devolvido no local apropriado, sua moeda cairá de volta para você. A área das frutas e verduras costuma ser encantadora, com variedades que deixam os turistas encantados! As pontes são incríveis, sendo a mais famosa a Tower Bridge. A rua mais larga e longa da cidade tem lojas e restaurantes. Só para se ter uma ideia do tamanho, há 11 lojas H&M ao longo da rua.
O símbolo da cidade são 3 X que ninguém sabe ao certo o significado, mas muitos dizem ser sobre as 3 catástrofes que abateram-se sobre Amsterdam (água, fogo e doença) e uma coroa. Dizem Cruzes de Santo André. Antigamente as casas não tinham números e as fachadas exibiam figuras para identificação, com pessoas e profissões. Em 1804, Napoleão mandou cortar as placas e colocar números nas casas. Na Dam Square há o Palácio Real, o Museu de Cera Madame Tussaud e o Monumento Nacional, feito em homenagem aos soldados holandeses mortos na Segunda Guerra Mundial. Pela Praça Dam circulam artistas de rua e muitos turistas. Vale experimentar comidas típicas, os peixes, os waffles vendidos na rua e fantásticas tortas de maçã holandesa, vendidas por toda parte. Vale também ir ao Parque das Flores, ao Museu do Queijo. A dica para fazer a foto junto ao famoso letreiro AM (em vermelho) STERDAM (em branco) é pegar a balsa gratuita na estação central. Uma outra boa dica é fazer o passeio de barco no primeiro dia da viagem, pois os trajetos (de uma hora) destacam os pontos principais da cidade. Há muitos parques para visitação, caminhadas e piqueniques. Por lá circulam moradores de Amsterdam, por isso o turista pode sentir a essência da cidade. À noite o sexo é liberado na praça Vondelpark, então se seu objetivo for fazer um passeio familiar, evite o período noturno.
O turista se encanta com os parques de tulipas. Se este é o seu sonho, é importante verificar a época do ano antes de comprar sua viagem para conseguir ver as tulipas coloridas em sua florescência. Existem vilas feitas para o turismo perto de Amsterdam, com casas típicas, fábricas de queijos, ovelhas e claro, muitas flores e lindos gramados feitos com irrigação. Vale fazer um cruzeiro no canal com direito a conhecer a vila de pescadores de Voledam e Marken e os Moinhos de vento de Zaanse Shans. Vá com tempo para curtir esta instigante cidade europeia e conhecer as tradicionais fazendas produtoras de queijos holandeses. Enfim, conhecer Amsderdam é o sonho de quase todo turista que curte um passeio significativo e cheio de história. Faça sua mala ou mochila e siga viagem pela região, com seguro médico em dia (obrigatório na Europa), sentindo o vento na face e observando as tulipas e vendo os moinhos de vento pelo caminho. Ah, e se tiver uma noiva, não se esqueça de presenteá-la com um par de tamancos de madeira, que antigamente eram fundamentais em qualquer estação do ano e hoje são ícones da tradição holandesa. Boa viagem!
Marise Romano
Fotógrafa e colunista social.