Por Iara Amaral
Influencer e Criadora de Conteúdo Digital


Fui mãe com 26 anos, e o Gabriel, meu filho, foi planejado e muito esperado por mim e por meu marido. Sempre tive esse sonho de ser mãe e, graças a Deus, realizei.

 

Foto: Malu Caetano


Gabriel nasceu saudável, um dia inesquecível, foi prematuro, mas no outro dia já estava em casa com ele nos meus braços, pronta para viver literalmente a maternidade. 

Com o passar do tempo, fui observando e percebi que Gabriel tinha algumas “manias” e um comportamento diferente. Ele não gostava de socializar, tinha estereótipos como andar na ponta do pé, balançar as mãos, gostava de enfileirar os objetos, e a ausência da fala. 

Então decidimos levar no médico e começou então toda uma avaliação e depois de passarmos por vários profissionais, veio o diagnóstico de autismo. Na época, o autismo não era tão falado e divulgado como é hoje, e confesso que, naquele momento, fiquei sem chão e pensei “e agora?”. 



Passado o susto, decidi enfrentar e principalmente aceitar aquela situação, afinal, meu filho iria precisar muito de mim. Então comecei a estudar, ler muito, me informar sobre o autismo, comecei a desbravar tudo sobre o autismo, pois agora iria fazer parte da minha vida também. 

O autismo nos rouba sonhos, coisas simples como uma apresentação do dia das mães que eu sempre quis ver e nunca tive, pois Gabriel ainda não consegue ficar quietinho. Levar em viagens, porque para ele é exaustivo e várias outras situações que ainda não consegui realizar! Mas eu tenho a plena convicção que eu irei, pois a fé e a perseverança de uma mãe, move montanhas. 

O autismo nos rouba sonhos, mas em contrapartida, nos mostra um mundo repleto de pureza, alegria e ingenuidade, um mundo puro, onde transborda amor. Ser mãe de uma criança especial não é fácil, é cansativo, mas Deus nos capacita a cada amanhecer, e qualquer evolução, por menor que seja, nós vibramos e agradecemos. 



É de extrema importância a mãe ter uma rede de apoio! Ter a ajuda do pai da criança, ter um suporte, pois muitas mulheres que têm crianças especiais passam por vários desafios, como problemas financeiros, os gastos aumentam muito. Desafios físicos e emocionais, pois cuidar de um filho especial pode ser muito exigente fisicamente e emocionalmente. Desafios sociais, pois infelizmente ainda existe muito preconceito e falta de informação. 

Um dia a medica me disse: seu filho não irá falar. Eu disse: meu filho vai falar sim, pois a fé de uma mãe move montanhas e tudo pode acontecer. Gabriel hoje com 14 anos, ainda não fala. Eu digo ainda porque eu tenho certeza que um dia eu irei ouvir ele me chamar de " mamãe"! E eu estarei aqui contando para vocês. 

E sigo firme, forte, grata e abençoada nessa jornada repleta de desafios, descobertas, alegrias e superações que é a maternidade atípica. 

Te amo meu anjo Gabriel. 


Com carinho, Iara Amaral