Prazer em sentir, viver e estar bem consigo mesma


Jornalista Isabel Minaré


Já faz um tempo que as mulheres passaram a olhar profundamente para si mesmas. Além disso, elas atravessaram barreiras para se tocarem mais, sentirem o próprio cheiro, ouvirem o chamado interno e apreciarem gostos diferentes. Os cinco sentidos estão voltados para diferentes experiências. É o exercício do autoconhecimento do corpo, da mente e do coração em busca dos equilíbrios físico, mental e emocional. 

O bem-estar íntimo objetiva normalizar as conversas sobre o assunto e ressignificar o prazer sexual feminino. Ele é uma parte importantíssima da saúde e do bem-estar geral de uma pessoa e, ademais, de quem está com ela. Este conceito envolve diversos aspectos, que vão desde a saúde física até a satisfações emocional e psicológica relacionadas à sexualidade. É abrangente e feito de detalhes para chegar no ápice. 

Há mais de dez anos, Aline Serafim atua na defesa do bem-estar sexual. Prova disso, é que ela é sexóloga, empreendora do sex shop Boutique Sexy e terapeuta energética. São anos de aprendizado e dedicação para tratar deste segmento com toda a seriedade que ele merece. Segundo Aline, o bem-estar íntimo vai muito além da saúde física e sexual, como muita gente pensa. É também o equilíbrio emocional, a satisfação pessoal e a qualidade dos relacionamentos interpessoais. “É mais do que a simples busca pelo prazer e engloba a conexão íntima consigo mesmo(a) e com os outros, o autoamor, a autoestima elevada, a autoconfiança e o respeito mútuo”, explica. Ou seja, não é nada simples. 

A fisioterapeuta pélvica Luciana Alves trabalha para a reabilitação da saúde íntima e autoestima. As principais queixas que ela recebe em sua consulta são relativas a incontinência urinária, dores pélvicas relacionadas a penetração e baixa qualidade da resposta sexual (como libido baixa e orgasmos insatisfatórios). “Essas mulheres precisam de acolhimento, empatia e escuta qualificada para se engajarem no tratamento e obterem um ótimo resultado”, garante. 

Para a fisioterapeuta pélvica Luciana Alves, a saúde íntima influencia a saúde de todos os sistemas do corpo. Foto: divulgação


Quem se permite dar atenção ao tema ganha com diversos benefícios porque ele significa, em resumo, qualidade de vida. “O bem-estar sexual proporciona melhor qualidade do sono, aumento da imunidade e até mesmo redução da dores devido aos hormônios que são liberados especialmente nas relações sexuais”, afirma Aline. Nas saúdes emocional e mental, ele é decisivo ao reduzir estresse, ansiedade e depressão. O casal, em si, tem muitas conquistas. “(A plenitude sexual) está associada à maior conexão emocional entre os parceiros e melhora a comunicação, facilita a resolução de conflitos, fortalece o relacionamento e aumenta o prazer”, certifica. Luciana completa: - Ter saúde íntima sinaliza boa saúde de todos os sistemas do corpo, pois todos eles participam e interferem de forma direta ou indiretamente no bom funcionamento das funções da região pélvica. Com certeza, essa mulher será mais produtiva e mais segura de si em todos os aspectos de sua vida. 

Mesmo com tantas vantagens, o assunto ainda é tabu na sociedade. Mas, por que, em pleno século XXI, ainda há tantas dificuldades de explorar o tema? Para Aline, há cinco fatores determinantes. O primeiro refere-se a culturas e religiões com normas rígidas em torno da sexualidade e da intimidade. O segundo é sobre estigma e vergonha, que pode levar as pessoas a se sentirem desconfortáveis ao falar sobre assuntos íntimos, mesmo quando estão em ambientes completamente seguros. O terceiro envolve a educação sexual, que ainda é falha e deixa a comunidade despreparada para discutir ou compreender sua própria sexualidade e bem-estar íntimo. A quarta trata das normas de gênero e expectativas sociais. Elas podem limitar a expressão da sexualidade e intimidade, especialmente para mulheres, que muitas vezes enfrentam mais pressão e julgamento em relação à sua vida íntima. Por falar em julgamento, esse é o quinto fator, com amplitude para medo e discriminação. 

Aline Serafim estuda sexologia há mais de 10 anos e sabe como o tema é relevante para a sociedade. Foto: divulgação.


Se antes para melhorar a performance na cama, as pessoas pensavam só em acessórios de tamanhos e usos pluralista, hoje há mais ideias e oportunidades num mercado fervescente com constantes novidades e tendências. Uma das mais eficientes é a terapia integrativa e energética chamada mesa radiônica. “Ela auxilia na identificação dos bloqueios e travas e é essencial na liberação de tudo que impede a mulher a ter uma vida mais plena, próspera, feliz e com muito prazer”, disserta Aline. Como ela costuma brincar com o próprio sobrenome, importante mesmo é estar a fim de si mesma. Isso, sim, é empoderamento e revolução feminina.