Márcia Resende


Quantas vezes seguimos o nosso caminho, sem dar uma pausa para uma avaliação do que tem dado certo, precisa melhorar ou até mudar?

Vamos pegar como exemplo o beija-flor. Ele é um arquétipo que nos ensina muito sobre adaptabilidade, leveza, profundidade, persistência, infinidade e alegria. Essas são algumas habilidades que nós, pais educadores, podemos buscar no nosso dia a dia e ensinar os nossos filhos através da nossa relação em família e sociedade.



O beija-flor voa em qualquer sentido e para no ar, como em observação. Ele é o único pássaro que voa para trás, com uma adequação invejável. A sabedoria e a racionalidade são as habilidades que mais se aproximam dessa capacidade do beija-flor.

Podemos orientar nossos filhos a terem essa adaptabilidade. É treinar a necessidade de parar, analisar situações, diferentes pontos de vista, não serem tão imediatistas e impetuosos. Uma virtude é prestarem atenção em seus sentimentos, ao tempo de cada coisa e ao tempo de cada um. É importante que eles saibam as consequências de cada escolha. A que a situação se presta ou a quem vai causar algum dano. Eles precisam aprender a recuar ou a seguirem em frente e serem proativos.


- Como posso ensinar isso ao meu filho, se até para mim é difícil? - 

Eu sei! Vamos lá! “Toda parada serve para, de alguma maneira, nos recuperarmos e absorvermos os aprendizados”. Sri Prem Baba

 


Educar implica em nos educarmos concomitantemente. O foco não é educar o comportamento, mas ajudá-los a pensar sobre o que fazer com as emoções e sentimentos, segundo os valores que adotamos em família. 

Esse aprendizado serve para todos nós, nos curamos enquanto educamos. 

Educar filhos é descobrir a natureza de cada um deles e ajudá-los a se conhecerem, para que aprendam a se governar. Vamos ensiná-los a dar significado aos acontecimentos. Vamos ensiná-los que qualquer decisão depende da intenção e que a intenção deve vir do coração.  

O mais importante é que eles tenham a consciência de que para cada ação existe uma reação, uma consequência. Mesmo com todo o nosso zelo, caberá a eles decidirem o que querem dar e o que querem receber. 



Portanto, esqueça a lista do que é certo ou errado. Vamos incentivar nossos filhos a terem vontade de crescer, a serem autônomos, corajosos e saberem respeitar o tempo de cada acontecimento, de cada situação. 

Devemos lembrar que a linguagem da educação não é só falada, mas sentida. A observação do comportamento dos educadores será constante. Pai e mãe, cada um com suas habilidades, devem inserir-se no movimento de educação dos filhos. Uma boa educação é mais fácil quando feita em dupla, independente de estarmos juntos fisicamente.

 “Ide dois a dois... pois um pode ser bom, mas dois é excelente. A mãe em casa orando pelo filho é bom, mas o pai e a mãe orando por eles é sublime, excelente... Pois um fortalece ao outro; é um agindo junto ao outro”, disse Jesus. 

Teremos vários momentos especiais para educar pelo sentir. 

É possível! 



Márcia Resende

Especialista em Teen, Life e Professional Coaching. Escritora de textos motivacionais, de liderança e comportamento para a página Coaching e Champanhe for Woman, de Portugal, para o Portal R2S e para a revista da Sociedade Latino Americana de Coaching. 


* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Mulheres. O conteúdo é de total responsabilidade da autora. 


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