Marcos Moreno
Não é brinquedo não!
A expressão “não é brinquedo não” já foi usada como jargão em uma novela da Globo. E até hoje (ou sempre) é muita usada para relatar alguma situação difícil. Mas hoje vamos falar da situação difícil dos coelhos que são doados como presente de Páscoa. Para isso pesquisamos algumas informações importantes que todos os pais deveriam ler. Pois é, por ocasião da Páscoa, as crianças não pensam em outra coisa senão nos ovos de chocolate recheados de brinquedos que irão ganhar. Instigadas por comerciais de televisão, que exibem o coelho como símbolo desta data comemorativa, muitas delas também pedem coelhos de verdade de presente. E, especialmente, neste momento de quarentena, em que a presença de um animalzinho é extremamente bem-vinda como companhia, por impulso, os pais podem ceder, sem avaliar as consequências da decisão. Mas será que é uma boa ideia dar um coelho de verdade de presente?
Mas os bichos não são brinquedos de pelúcia e precisarão de cuidados especiais por um bom tempo.
Os coelhos vivem de 6 a 8 anos, em média. Eles precisam de cuidados especiais, que começam pela alimentação, com ração específica, passando por ambiente com instalações amplas e adaptadas, visitas regulares ao médico-veterinário, acesso a jardins ou locais onde possam expressar comportamentos naturais, como cavar buracos, assim como receber carinho, tempo e atenção, e, sempre que possível, uma companhia da mesma espécie.
Alimentação
Os coelhos são animais herbívoros, que se alimentam de vegetais, como folhas e verduras, além de uma ração específica para a espécie, ambos em quantidade controlada uma vez ao dia. E eles precisam ainda de uma dieta à base de feno de capim. Isso porque há uma particularidade nos coelhos, que é o crescimento contínuo de todos os dentes, por isso sentem a necessidade de roer. Os dentes se gastam ao animal comer alimentos que tenham uma fibra mais grossa e quem faz essas vezes é o feno. Além do feno, podem ser oferecidos outros itens para que eles possam roer, como galhos de árvores frutíferas, papelão, pedrinhas específicas vendidas como brinquedos e madeira.
Ambiente
Os coelhos devem ter acesso à luminosidade natural, para que tomem banho de radiação ultravioleta, mas é fundamental que exista um abrigo do sol. Ele não transpira, porque não tem glândulas sudoríparas. Então ele resfria o corpo através do aumento do ritmo da respiração. Mas, como não é suficiente, ele não tolera muito as altas temperaturas e sol direto. Por isso precisa de proteção. Os coelhos precisam de espaço para se exercitar. O ideal é ter um local amplo para eles, como área de serviço, terraço ou viveiro. Os viveiros devem ser telados, de modo que não entrem em contato com animais da fauna silvestre, para prevenir contra picadas e doenças como a raiva.
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Saúde
Os coelhos podem ter problemas respiratórios, dermatológicos e digestivos, que são comuns por causa da alteração brusca na dieta, do teor alto de açúcar dos alimentos oferecidos ou a falta de exercício físico. Nos idosos, são comuns os problemas de coluna, fazendo com que tenham menos mobilidade nas patas e dor crônica. Assim como podem ter outros problemas cardíacos, do fígado e renais.
Os traumas são comuns em qualquer idade. Por terem um esqueleto muito frágil e serem animais saltadores, podem se fraturar ao cair do colo ou após um salto malsucedido sobre um piso liso. São recomendadas visitas ao médico-veterinário especialista em animais silvestres a cada semestre, para avaliação, desde quando são adquiridos.
Convivência
Assim como os cães, os coelhos são animais que precisam de companhia. Eles suportam alguns períodos do dia longe dos tutores, porque acostumam com a rotina, mas podem sofrer com ausência se for por períodos muito longos, como um final de semana. Vários coelhos diminuem o apetite na ausência do tutor e têm problemas na fermentação do intestino, produzindo gases e desenvolvendo problemas mais graves.
Quando machos convivem juntos, podem ocorrer brigas, porque eles são territorialistas. Se a ideia for ter machos e fêmeas juntos, elas precisam ser castradas, para prevenir uma reprodução desenfreada.
Marcos Moreno
Comunicador, colunista, criador da Coluna Amigo Animal e do Moreno Pet Blog.
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