Jornalista Isabel Minaré


A 75ª edição do Festival de Cannes teve início na terça-feira (17) com um fato inédito: pela primeira vez, cinco filmes dirigidos ou codirigidos por mulheres disputam a Palma de Ouro. O festival é um dos mais prestigiados e famosos do mundo e acontece anualmente na França. 

Les Amandiers (de Valeria Bruni Tedeschi), Le Otto Montagne (de Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen), Un Petit Frère (de Léonor Serraille), Showing Up (de Kelly Reichardt) e Stars at Noon (de Claire Denis) são os longas dirigidos por mulheres presentes na competição deste ano. Fora eles, 16 filmes estão no páreo. 

Apesar do recorde histórico, Cannes passa longe dos avanços na igualdade de gênero. Em 75 anos, somente dois filmes dirigidos por mulheres ganharam a Palma de Ouro: O Piano, de Jane Campion (que ganhou destaque recentemente com Ataque de Cães, na Netflix), em 1993; e Titane, de Julia Ducournau, no ano passado. Além disso, apenas duas mulheres venceram o prêmio de direção: Yuliya Solntseva por A Epopéia dos Anos de Fogo (1961), e Sofia Coppola por O Estranho que Nós Amamos (2017). É muito pouco para um universo tão grandioso como o das artes cinematográficas. 

O Festival de Cannes é considerado a maior vitrine do cinema internacional. Para se ter uma ideia da dimensão dele, ele deve ser integrado por comitiva composta por mais de 30 mil profissionais da área. Está de volta – após os momentos críticos de pandemia - com vontade intensa de diversão. Mesmo assim, não deixa de lado a guerra na Ucrânia, país com oportunidades de levantar a voz e gritar os horrores sofridos da Rússia ao planeta. 

O ganhador da Palma de Ouro será revelado em 28 de maio.


Charlotte Vandermeersch


Valeria Bruni Tedeschi


Léonor Serraille


Kelly Reichardt


Claire Denis


Palma de ouro


Banner oficial da edição 75