Empreendedoras contam histórias marcadas por desafios e superações

Jornalista Isabel Minaré

Criar um negócio, vender, empreender. Essas sãos as palavras-chave para quem, por desejo ou necessidade, deixa as certezas da carteira assinada de lado e corre atrás do próprio sonho. Diversas empreendedoras levaram seus negócios para a 10ª edição da ExpoCigra Fiemg, que aconteceu entre os dias 17 a 19 no CDL Hall, em Uberaba. Em 19 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. O volume de mulheres empreendedoras assegura a importância da existência da data. De acordo com dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), a pesquisa sobre empreendedorismo mais importante do planeta e feita em parceria com o Sebrae, elas são mais de 30 milhões em um universo de 52 milhões de empreendedores. E como conseguiram ser muitas e chegar tão longe? “Através de muita criatividade”, afirma o presidente da Fiemg Vale do Rio Grande, José Flávio Zago. A reportagem da Revista Mulheres conversou com algumas empreendedoras para entender melhor sobre os desafios da área. 

Giselle Barbosa – Duo Bi Cosméticos 

“Empreender é superação”, define a empreendedora Giselle Barbosa, da DuoBi Cosméticos. Giselle cansou da vida de funcionária, com horários rígidos e uma série de limitações. Resolveu abrir o próprio negócio junto da irmã Virgínia. Juntas, elas criaram marca e produtos. A escolha é um desafio diário que, para superá-lo, é necessário planejamento, responsabilidade e renúncias. É preciso lidar com o que sai fora do programado, pois surpresas aparecem a todo instante, e ter muita criatividade. Para a feira, por exemplo, Giselle inovou com uma tabela da sorte. Quem jogava o dado, poderia ganhar presentes e descontos em compras. Uma sacada simples que deu certo! E assim, de ideias, realizações e sonhos que a Giselle, a Virgínia e a Duo Bi vão longe! Para quem deseja iniciar um negócio, Giselle deixa a dica: é preciso conhecer o mercado e buscar pessoas que possam lhe auxiliar neste processo. “Sozinho ninguém vai a lugar nenhum!”, aconselha.

Giselle (à direita) interagiu com o público por meio da tabela da sorte. Foto: arquivo pessoal 

Luciangela Arantes - Hairstylist 

A hairstylist de Guaíra (SP) Luciangela Arantes “viu a morte de perto”. Junto com a família, ela sofreu um acidente automobilístico e ficou com uma deficiência física. O marido não resistiu e faleceu. O momento não poderia ser mais traumático. Mesmo diante da infinita tristeza, conseguiu se reinventar e dar outro sentido à própria vida. Com 27 anos, decidiu fazer cursos, viajar (foi a mais de 20 países) e se conhecer. “Foquei no conhecimento”, explica. É cabelereira, digital influencer, palestrante, agropecuarista, ... Agarrou cada oportunidade para crescer. Oportunidade, aliás, é uma das palavras-chaves quando se trata de empreendedorismo. “Fiz a roda da vida girar! Quando eu me vi empreendedora, já estava em um milhão de negócios”, afirma. O segredo é estar atenta aos sinais. E com uma história assim, certeza de que daqui a algum tempo, ela descobrirá outros talentos e mais chances de crescimento.

Vanderluce Marinho – presidente da BPW Uberaba 

Para a presidente da BPW Uberaba, Vanderluce Marinho, no fundo, as empreendedoras “sentem as mesmas dores e alegrias”. A maior dificuldade é conciliar trabalho e família. Além disso, é complicado encontrar mão de obra qualificada. “Quando acabamos de treinar uma funcionária, ela sai e temos que encontrar e treinar outra”, destaca. Tempo e dinheiro desperdiçados. Por outro lado, a felicidade em ter o próprio negócio é infinita. “Muitas mulheres são empreendedoras, mas não sabem”, relata. “São elas que garantem o sustento da família e, só depois que explicamos, entendem o quão são importantes.”

Como empreendedora e presidente da BPW Uberaba, Vanderluce sabe me as dores e alegrias do empreendedorismo feminino. Foto: Marise Romano 

Silvia Resende – Contemporane Decorações 

Aceitar quando é a hora de recuar é o maior segredo do sucesso da empreendedora Silvia Resende. Como empresária, ela tem mais de 20 anos. Já esteve à frente, do lado e atrás de várias marcas. Fechou e abriu negócios. “Foi um trauma muito grande pra mim”, confessa. Entretanto, as experiências ruins foram um norte para seguir adiante. Quando compreendeu o que deu errado e o que não queria de novo, concebeu a Contemporane Decorações. “Não queria trabalhar com mercadorias perecíveis e fazer estoque”, define. E outra: escolheu andar ao invés de correr. Antes de contratar cada funcionário, pensou muito bem sobre o investimento nele. Ela não queria provocar riscos e encher ninguém de expetativa. Assim, entendeu cada processo e cada integrante dele, com suas funções, principalmente. Também pela cautela, aprendeu a “fazer de tudo”. “Se um funcionário falta, a empresa não para”, confirma. E ela, para? Descansa, desliga da empresa? “Muito pouco. Esse é um dos problemas, aliás”, reconhece. Mesmo assim, nunca desanima porque sente um prazer absurdo no que faz. É amar as etapas e curtir cada detalhe delas!

Silvia ajeita a cortina, um dos produtos de sucesso da Contemporane 

Ângela Rodrigues – Casa das Fraldas 

E quando a empresa tem 3 lojas? Como dar conta de tantas demandas? A Ângela Rodrigues, da Casa das Fraldas, sabe direitinho. Tem dias que são mais tumultuados que os outros, no entanto, dá tudo certo no final. Ela conta com a filha e mais seis funcionários para fazer “a roldana girar”. Pouco, não? E esse número tão baixo por quê? “Não encontramos mão de obra”, afirma. Para fazer dar certo, o conselho que ela dá é amar o que se faz. “Empreender é trabalhar valores, fazer algo de que se gosta muito e ter foco.”

Ângela, de preto, não perde a chance de fazer negócio 

Indiara Ferreira – Indiara Assessoria  

Para a empreendedora Indiara Ferreira, da Indiara Assessoria, não faltam motivos para comemorar nesta data. Depois que saiu da Rede Globo, abriu a própria empresa de comunicação. De lá pra cá, acumulou diversas experiências, atuando em diferentes áreas, desde associações, entidades de classe, campanhas políticas, bem como no mercado de eventos, em diferentes estratégias estruturadas com resultados positivos. “É muito gratificante saber que houve uma conquista de mercado, mesmo que o mercado ainda tenha uma dominação masculina”, alerta. “Houve espaço para apresentação de propostas elaboradas por mulheres inteligentes, empreendedoras e batalhadoras em busca dos seus desafios”, finaliza.

Indiara não para! Aqui, registro dela com Concessa (personagem criada pela atriz Cida Mendes)