Por Alê Roso
Arquiteta e urbanista - CAU/MG: A93403/8
Colaboração: jornalista Isabel Minaré
Fotos: divulgação CASACOR SP
Com o tema ‘De presente, o Agora’, a CASACOR São Paulo 2024, considerada a maior mostra de arquitetura e decoração da América Latina, trouxe as novidades máximas do setor. Uma delas é o que há de mais usado instantaneamente no mundo todo, em todas as áreas: a Inteligência Artificial (IA). Profissionais fizeram da tecnologia uma grande aliada nos projetos para provocar sensações ao programarem imagens, composições, semióticas, efeitos visuais e – pasmem - até sons visíveis. Inspiração pura!
TETO 3D
Teto de arrepiar!
O ambiente Ristorantino Caffè, da Guardini Stancati Arquitetura e Design fez cair o queixo, pois a inovação contemplou as alturas! Normalmente sem muito destaque, o teto é um elemento ordinário. Mas não na CASACOR! Aqui, ele é o geométrico. Organizado e desorganizado ao mesmo tempo. Igual à canção ‘Como uma onda no mar’, de Lulu Santos, “tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo”. De cada canto do restaurante, há uma visão e experiência diferentes. Isso só foi possível graças à IA, que mesclou matérias, volumes e tecnologias para resultar em um forro ondulante em mdf.
Nuvens na Terra
SOM PARA OUVIR E VER
Tapete que é som
Parece loucura: uma música que se escuta e vê. Mais uma novidade da CASACOR SP. Desta vez, foi no ambiente Acalantos e Encontros, do arquiteto Bruno Morais. Através da IA, as ondulações sonoras de uma canção indígena foram transformadas em ondulações visuais e, em seguida, se materializaram num tapete. Simplesmente uma música indígena eternizada em tapeçaria! Você já tinha imaginado isso?
Pausa para esse lustre diferenciado
METALINGUÍSTICA - IA QUESTIONADA POR IA
Destaque para a cultura afro-brasileira
No espaço Ocupação Terreiro, do arquiteto Alexandre Salles, a eficiência da Inteligência Artificial foi colocada em xeque. Feita para ser lógica e projetar uma linguagem natural, nem sempre ela consegue ser assim. No caso do ambiente, as imagens geradas de pessoas e simbologias negras foram questionadas. Os arquitetos, então, criaram imagens de Pretas Velhas e Orixás do Futuro baseados na realidade. A equipe foi além: deixou uma mensagem na parede como um código futurista, com destaque para a frase: Sem folha, não há Orixá! É a ancestralidade misturada com a IA para provocar reflexões e sensações!
Axé!